A primeira planta de testes de produção de hidrogênio verde de Furnas foi inaugurada ontem, 8 de dezembro, na usina hidrelétrica de Itumbiara (MG/GO). A cerimônia de inauguração do empreendimento, parte do projeto estratégico de P&D da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), contou com a presença do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e do presidente da empresa, Clovis Torres.
O projeto combina a construção de usinas de energia solar fotovoltaica, tanto fixas em solo quanto em estruturas flutuantes (800 kWp no solo e 200 kWp flutuante), além de plantas de armazenamento de energia em baterias de lítio e hidrogênio verde, que realizam a geração e armazenamento de hidrogênio a partir da eletrólise da água. Para o hidrogênio ser considerado verde, é imprescindível que a fonte de energia para a eletrólise seja limpa, como a energia eólica ou a energia solar fotovoltaica.
Batizado de “Desenvolvimento de sinergia entre as fontes hidrelétrica e solar com armazenamento de energias sazonais e intermitentes em sistemas de hidrogênio e eletroquímico – SHSBH2”, esse projeto de P&D é resultado de uma parceria de FURNAS com a empresa Base Energia Sustentável, associada à Universidade Estadual Paulista (Unesp); Universidade de Campinas (Unicamp); Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); Universidade de Bradenburgo (Alemanha), instituição acadêmica com experiência no armazenamento de hidrogênio; e a PV Solar, empresa parceira experiente em implantação de sistemas fotovoltaicos.
A utilização de reservatórios para produção e armazenamento de energia fotovoltaica representa mais uma etapa no aproveitamento de uma fonte renovável, como a luz do sol, de forma sustentável e economicamente viável. Esse trabalho permite que as usinas da empresa se transformem em unidades híbridas, com geração de energia hidrelétrica e solar.
A geração de hidrogênio verde é uma tecnologia já dominada, por isso parte da inovação desse projeto é o estudo de forma de armazenar e despachar a eletricidade gerada para suprir a demanda do sistema elétrico, que varia ao longo do dia, e a inserção da eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN).
A Usina Hidrelétrica de Itumbiara foi escolhida por apresentar os melhores índices para geração solar fotovoltaica, em relação às demais unidades de FURNAS, e por possuir um reservatório adequado para a instalação dos painéis fotovoltaicos em estruturas flutuantes.
Inaugurada ontem, a energia solar gerada na nova planta totalizará 1.000 kWp. Por meio de uma parceria com a BASE Energia Sustentável, um dos destaques do projeto foram os equipamentos da alemã SMA, líder em inversores fotovoltaicos. A SMA desenvolve produtos e soluções que melhoram o rendimento energético das plantas instaladas em telhados de residenciais, comércios, indústrias e usinas fotovoltaicas de grande porte.
Em Itumbiara estão sendo usados 10 inversores SMA Sunny High Power SHP75-10, 8 deles em solo em uma planta de 800 kWp solo e dois para a planta flutuante, localizada mais próximo à barragem. Também estão sendo utilizados dois sistemas de monitoramento SMA Inverter Manager IM-20, além de 11 SMA String Combiner Box 100MB16F230.
Confira os equipamentos e detalhes do projeto de P&D na Usina Hidrelétrica de Itumbiara:
10 Inversores solar SMA Sunny High Power SHP75-10
2 Sistemas de monitoramento SMA Inverter Manager IM-20
10 SMA String Combiner box 100MB16F230
1 Banco de baterias 600 kWh da WEG
1 Eletrolisador Alcalino da Hydrogenics
1 Célula a Combustível da Hydrogenics
2.564 Placas Solares Trina 390W cada, totalizando 1MWp
1 Conjunto de estruturas de fixação Politec fixa ao solo
1 Conjunto de estruturas flutuantes desenvolvida pela BASE
Em um primeiro momento, a produção não será comercializada, mas destinada ao Sistema de Serviços Auxiliares da unidade, como iluminação, tomadas, ventilação etc. A transmissão dessa energia sairá da planta para o barramento de 13,8kV da subestação da própria Usina Hidrelétrica por meio das redes aérea e subterrânea. Após a comprovação da eficiência do projeto e sua colaboração para a diversificação da matriz energética brasileira, FURNAS pode optar por incluir o projeto de Itumbiara em sua matriz de geração de energia elétrica.