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Turismo e commodities são os destaques no ranking do reemprego

em Economia
segunda-feira, 11 de abril de 2022

Cidades com vocação para turismo e produção de commodities estão entre as que mais empregaram nos últimos 20 meses, de acordo com um mapeamento da Confederação Nacional do Comércio (CNC). O levantamento, realizado com base em dados do Caged, apurou, dentre 5.570 municípios brasileiros, aqueles cujo mercado local empregava, em junho de 2020, pelo menos 10 mil trabalhadores formais e criou um ranking com os 20 primeiros, de acordo com taxa de expansão do mercado de trabalho formal até fevereiro de 2022.

Segundo a apuração, Canaã dos Carajás-PA, que apresenta elevado potencial na indústria extrativa mineral, foi o município com maior variação de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período, 66% (+7.370 vagas). Já todas as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro-BA, que registrou avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria-RS, com 44% (7.164); Araruama-RJ, com 39% (5.019); e Ipojuca-PE, com 37% (7.452).

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, observa que, no caso das commodities, a criação acelerada de postos de trabalho representa uma resposta à retomada econômica em 2021, diante de um contexto de obstáculos à manutenção da estrutura produtiva em nível global observada antes do início da pandemia. Já sobre as cidades turísticas, o presidente lembra que os reflexos negativos resultantes da fase da crise sanitária foram mais duradouros para o conjunto de atividades que compõem o segmento.

Enquanto o saldo total do Caged acumulou perdas por quatro meses, entre março e junho de 2020, o setor de turismo registrou resultados negativos por sete meses, eliminando, em termos líquidos, 526,5 mil postos entre março e setembro daquele ano. “Considerando-se o atual contexto econômico, decorrente do arrefecimento da crise sanitária, é natural, portanto, que as atividades turísticas apresentem maior potencial de regeneração que a maior parte das demais atividades econômicas”, avalia Tadros.

O economista da CNC responsável pela pesquisa, Fabio Bentes, destaca que, sob diversas perspectivas, essa recuperação do emprego formal não ocorreu de forma homogênea. Entre os municípios brasileiros, por exemplo, 59% fecharam 2020 com mais admissões que desligamentos de trabalhadores nos respectivos mercados locais. Em 2021, esse percentual avançou para 86,2%. Bentes avalia que, após a criação de 2,76 milhões de vagas em 2021, a perspectiva de avanço mais modesto do PIB em 2022 (+0,5%) deverá levar à geração de menos postos de trabalho (Gecom/CNC).