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Índice de Confiança da Indústria recuou em setembro, diz FGV

em Economia
quarta-feira, 28 de setembro de 2022

O Índice de Confiança da Indústria (ICI), calculado pelo FGV/IBRE, recuou 0,8 ponto em setembro e alcançou 99,5 pontos, mas nas médias móveis trimestrais a queda ficou em 0,6 ponto. O indicador mostrou ainda, que, em setembro, 11 dos 19 segmentos industriais monitorados pela sondagem registraram retração. O Índice Situação Atual (ISA) caiu 1,9 ponto, passando para 100,9 pontos. Já o Índice de Expectativas (IE) variou 0,1 ponto, chegando a 98 pontos e se manteve relativamente estável.

Os pesquisadores consideram que o resultado “parece estar atrelado também a uma percepção de queda na demanda”. O indicador que mede nível de demanda apresentou queda de 1,7 ponto para 101,5 pontos. No entanto, o indicador que mede o nível dos estoques variou 0,3 ponto, se manteve estável e permaneceu com resultado favorável abaixo de 100 pontos.

Pelo terceiro mês consecutivo a produção nos próximos três meses mantém trajetória negativa entre as expectativas. Em setembro, houve recuo de um ponto para 91,1 pontos. Esse é o menor patamar desde março. Naquele mês ficou em 90,3 pontos. Apesar disso, para os próximos seis meses, o indicador que mede a tendência dos negócios mostra recuperação pelo segundo mês, dessa vez de 1,7 ponto, passando a 98,5 pontos e se aproximando dos patamares observados no último trimestre de 2021.

Para o economista Stéfano Pacini, da FGV/IBRE, o recuo, em setembro, da confiança da indústria foi influenciado por uma percepção dos empresários de queda na demanda por produtos industriais de todas as categorias de uso, exceto nos produtos de consumo de bens não duráveis. “Tal resultado afeta negativamente a avaliação sobre a situação atual dos negócios, apesar de uma descompressão nos custos com a redução dos preços do petróleo e da energia”, explicou.

Já nas perspectivas, o economista apontou para os próximos meses um pessimismo quanto ao aumento da produção, possivelmente relacionado com a continuidade da desaceleração da atividade econômica e dificuldades no abastecimento de alguns insumos. “O cenário melhora um pouco no horizonte de seis meses, mas é preciso ter cautela, considerando que a política monetária mais restritiva deve conter os investimentos nos próximos meses”, finalizou (ABr).