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Endividamento dos brasileiros retornou ao nível pré-pandemia em novembro

em Economia
terça-feira, 01 de dezembro de 2020

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de brasileiros com dívidas caiu pela terceira vez consecutiva em novembro e retornou ao nível registrado em fevereiro, antes da pandemia do novo coronavírus. A pesquisa apresentou retração de 0,5 ponto percentual, com relação a outubro, e apontou que 66% dos consumidores estão endividados. No comparativo anual, contudo, o indicador registrou aumento de 0,9 ponto percentual.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca que indicadorestêm mostrado que a recuperação da economia está mais robusta do que as estimativas indicavam, resultando, inclusive, em pressões inflacionárias por oferta e demanda. “Deve-se considerar, porém, que a proporção de consumidores endividados no País é elevada e grande parte do crédito dispensado durante a pandemia foi concedido com carência nos pagamentos”, alerta, reforçando a necessidade de seguir ampliando o acesso aos recursos com custos mais baixos e possibilitar o alongamento de prazos de pagamento das dívidas.

Entre as famílias que recebem até 10 salários mínimos, o percentual de endividamento caiu, chegando a 67,4% do total – após ter alcançado o recorde de 69,5%, em agosto. Entre as famílias com renda acima de 10 salários, esta mesma proporção se manteve estável, em 59,3%. O total de famílias com dívidas ou contas em atraso caiu de 26,1%, em outubro, para 25,7%, em novembro. A parcela das famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso teve nova retração, passando de 11,9%, no mês passado, para 11,5%, em novembro. No mesmo período de 2019, o indicador havia alcançado 10,2%.

Izis Ferreira, economista da CNC, chama a atenção para o tempo médio de atraso na quitação das dívidas das famílias inadimplentes, que vem aumentando desde junho. “Em novembro, esse período subiu para 62,5 dias, o maior desde março; e a proporção de famílias endividadas com atraso nas quitações acima de 90 dias vinha caindo desde antes do surto de covid-19, mas adotou trajetória de crescimento a partir de agosto e, este mês, chegou a 42,9%”. Com relação aos tipos de dívida, o cartão de crédito segue como a principal modalidade de endividamento para 77,8% das famílias. Na sequência, aparecem os carnês (16,1%) e o financiamento de veículos (10,7%), ambas modalidades associadas ao consumo de médio e longo prazos (Gecom/CNC).