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Economia 27/10/2017

em Economia
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
A recuperação da economia é um fator que justifica o aumento dos gastos com viagens.

Gastos de brasileiros no exterior aumentaram 32,6% em setembro

A recuperação da economia é um fator que justifica o aumento dos gastos com viagens.

Os gastos de brasileiros no exterior chegaram a US$ 1,716 bilhão, em setembro, e acumularam
US$ 14,145 bilhões nos nove meses do ano, informou ontem (26) o Banco Central (BC)

Os resultados superaram em 32,6% e em 15,9%, respectivamente, os gastos registrados em iguais períodos de 2016. As despesas mensais foram as maiores para o período desde setembro de 2014, quando ficaram em US$ 2,377 bilhões.
O chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Renato Baldini, explicou que o dólar mais barato que no ano passado estimula as viagens ao exterior. “A recuperação da atividade é um fator que justifica o aumento dos gastos com viagens, mas a taxa de câmbio é um fator mais determinante”, disse. Baldini disse ainda que não se espera grandes variações na taxa de câmbio nos próximos meses.
Já as despesas de estrangeiros em viagem no Brasil ficaram em US$ 407 milhões, em setembro, e em US$ 4,360 bilhões de janeiro ao mês passado. Com os gastos de brasileiros no exterior maiores que os de estrangeiros no país, a conta de viagens internacionais ficou negativa em US$ 1,309 bilhão, no mês passado, e em US$ 9,785 bilhões, no acumulado do ano. Baldini destacou que a tendência é de continuidade do processo de redução do déficit em transações correntes, que deve ficar abaixo da projeção do BC de US$ 16 bilhões deste ano.
O resultado positivo ficou em US$ 434 milhões. No mesmo mês de 2016, houve déficit de US$ 504 milhões. No acumulado deste ano, as transações correntes registraram saldo negativo de US$ 2,706 bilhões, contra US$ 13,590 bilhões em igual período de 2016. A conta de serviços costuma registrar saldo negativo. Em setembro, o déficit ficou em US$ 2,879 bilhões e nos nove meses, em US$ 24,335 bilhões. Por outro lado, o superávit comercial chegou a US$ 4,918 bilhões, no mês passado, e a US$ 51,224 bilhões, de janeiro a setembro (ABr).

Sete em cada dez brasileiros não conseguiram guardar dinheiro em agosto

O hábito de guardar dinheiro ajuda não extrapolar os ganhos e manter um maior controle de suas finanças.

O brasileiro segue enfrentando dificuldades para terminar o mês com sobras de dinheiro. Dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelam que 73% dos consumidores não conseguiram guardar nenhuma parte de seus rendimentos no último mês de agosto. Apenas 20% dos entrevistados foram capazes de poupar ao menos parte do salário que recebem.
Entre os consumidores das classes C, D e E, o índice é ainda menor e cai para 15% das pessoas consultadas. Nas classes A e B, a proporção de poupadores cresce para 36%, mas ainda assim, é a minoria. O número de poupadores tem se mantido estável em um baixo patamar nos últimos meses. Em julho, o percentual de poupadores havia sido de 19% e em junho, de 21%. Entre os que conseguiram poupar no último mês de agosto e se recordam do valor, a média dos recursos guardados foi de R$ 516.
Entre os brasileiros que não pouparam nenhum centavo, 49% justificam receber uma renda muito baixa, o que inviabiliza ter sobras no fim do mês. A falta de renda, em meio a um cenário de desemprego, também pesa, sendo mencionada por 17% desses entrevistados. Há ainda 15% de consumidores que disseram ter enfrentado imprevistos e 12% que reconhecem ter dificuldades para controlar gastos e manter a disciplina de poupança.
“Mesmo que não se poupe grandes quantias, o hábito de guardar dinheiro ajuda o consumidor a não extrapolar os ganhos e manter um maior controle de suas finanças. Mais importante do que o valor que se guarda, é a regularidade com que se faz a poupança”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti (SPC/CNDL).

Custo de vida na região metropolitana de São Paulo subiu 0,36%

Os preços dos produtos e serviços na região metropolitana de São Paulo subiram 0,36% em setembro, ante a variação de 0,39% registrada em agosto. Com esse desempenho, o indicador acumulou alta de 2,09% nos nove meses de 2017, um porcentual bastante abaixo dos 5,39% apurados no mesmo período do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, o indicador subiu 3,25%, sendo que em setembro de 2016, a alta era de 8,57% – entre outubro de 2015 e setembro de 2016.
Os dados são da pesquisa Custo de Vida por Classe Social, realizada mensalmente pela FecomercioSP. Entre os nove grupos analisados, somente dois apontaram variação negativa de preços no período: Alimentação e bebidas (-0,07%) e Habitação (-0,59%). Ainda que a dispersão de queda entre os grupos tenha diminuído nos últimos três meses, vale ressaltar que as duas categorias que registraram queda nos preços em setembro comprometem, somadas, cerca de 40% do orçamento familiar.
O grupo Transportes (0,75%) foi o principal responsável pela alta do medidor dos preços dos produtos no varejo. Os produtos que integram o subgrupo veículo próprio apontaram queda de 0,55%, enquanto os preços do subgrupo combustíveis registraram aumento de 1,91%, com destaque para os seguintes itens: óleo diesel (3,01%), gasolina (2,39%) e etanol (1,03%).
Segundo a FecomercioSP, o custo de vida ainda oscila em patamares muito mais moderados do que nos anos anteriores, e apenas isso já garante uma restrição orçamentária muito menor para as famílias (AI/FecomercioSP).