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Economia 26/06/2018

em Economia
segunda-feira, 25 de junho de 2018
O setor de serviços é o que vem registrando maior dinamismo.

Emprego reage com mais intensidade para os maiores de 60 anos

O setor de serviços é o que vem registrando maior dinamismo.A seção Mercado de Trabalho da Carta de Conjuntura do Ipea divulgada ontem (25), mostra um comportamento distinto da ocupação, dependendo da idade do trabalhador e de seu grau de instrução

Enquanto a população ocupada com mais de 60 anos cresceu 8%, a de trabalhadores entre 25 e 39 anos teve um aumento de 0,9% no primeiro trimestre de 2018, na comparação com o mesmo período do ano anterior.
Entre aqueles com ensino médio incompleto, a ocupação se expandiu 10%, mas ela recuou 9% para os que têm apenas o ensino fundamental.
O estudou analisou o mercado de trabalho a partir dos microdados da pesquisa do IBGE, e dos dados de emprego formal do Caged, do Ministério do Trabalho. A avaliação é de que o mercado apresentou sinais de melhora nos últimos trimestres, mas os dados mais recentes apontam uma estabilidade, colocando em dúvida o ritmo da recuperação. A taxa de desocupação vem se mantendo em torno de 12,5%, reflexo de uma desaceleração do crescimento da população ocupada.
“Viemos de um período de retração muito grande. Nossa recuperação apresenta bases ainda frágeis, com muita informalidade, o que traz alta volatilidade para o setor, tanto em termos de ocupação, quanto de rendimento.”, explica Maria Andréia Lameiras, pesquisadora do Ipea e uma das autoras da pesquisa. A ocupação vem reagindo em praticamente todos os setores da economia, mas em intensidades distintas. O setor de serviços foi o que registrou maior dinamismo, com uma criação líquida de quase 190 mil novos postos de trabalho nos doze meses até maio (Ipea).

Mercado espera por mais inflação e menor crescimento

Marcos Santos/USP Imagens

Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) continuam reduzindo a projeção de crescimento da economia e aumentando a estimativa para a inflação. No sexto aumento seguido, a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,88% para 4% neste ano. Para 2019, a estimativa segue em 4,10%.
Mesmo com o aumento nas projeções, as estimativas seguem abaixo da meta de 4,5%, com limite inferior de 3% e superior de 6% para este ano. Para 2019, a meta é 4,25% com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. Para alcançar a meta de inflação, o BC usa como instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC decidiu manter a Selic em 6,5% ao ano.
Para as instituições financeiras, a Selic deve permanecer em 6,5% ao ano até o fim de 2018. Para 2019, a expectativa é de aumento da taxa básica, terminando o período em 8% ao ano. Quando o Copom aumenta a Selic, objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Quando o Copom diminui os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação. A manutenção da Selic, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para chegar à meta de inflação, objetivo que deve ser perseguido pelo BC.
A estimativa do mercado financeiro para o crescimento da economia continua sendo reduzida. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1,76% para 1,55% na oitava redução seguida. A previsão de crescimento do PIB para 2019 caiu, pela terceira vez consecutiva, ao passar de 2,70% para 2,60%. A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar passou de R$ 3,63 para R$ 3,65 no fim deste ano, e permanece em R$ 3,60 para o fim de 2019 (ABr).

Opep amplia oferta de petróleo

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e outros dez grandes produtores, entre eles a Rússia, decidiram elevar a oferta de petróleo no mercado em 1 milhão de barris diários, o que provocará um aumento real de 600 mil barris a partir de julho. “Chegamos por consenso ao milhão de barris que tinha sido comentado. Eles serão distribuídos entre países-Opep e não-Opep”, disse o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Khalid al-Falih.
Em um encontro que será realizado hoje (26) com a Rússia, a Opep decidirá como esse aumento de produção será dividido. O ministro de Petróleo da Nigéria, Emmanuel Ibe Kachikwu, afirmou que participam no acordo os 14 membros da Opep e dez países que acertaram no fim de 2016 um corte de 1,8 milhão de barris na produção diária para elevar os preços no mercado internacional (Ag.EFE).