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Economia 23/11/2017

em Economia
quarta-feira, 22 de novembro de 2017
O setor público é o maior tomador de crédito, colaborando para fixação de um piso elevado para todos os demais tomadores.

Famílias e empresas pagaram R$ 463 bilhões de juros em 2016

O setor público é o maior tomador de crédito, colaborando para fixação de um piso elevado para todos os demais tomadores.

É inegável que o período de maior recessão da história do Brasil (de 2014 a 2016) teve origem na política de irresponsabilidade fiscal dos últimos anos, a qual gerou impactos sobre os mais diversos aspectos da estrutura econômica: queda abrupta no ritmo das atividades; dívida pública crescente e de magnitude crítica; inflação; desemprego; redução dos investimentos; entre outros

Além disso, a necessidade de elevação sistemática da taxa de juros como instrumento de controle inflacionário e, principalmente, de captação de recursos para rolagem da dívida pública muito acima dos padrões aceitáveis para uma economia saudável gerou impactos financeiros diretos sobre a saúde das empresas e sobre a renda das famílias. Em 2016, os juros pagos por famílias e empresas alcançaram R$ 463 bilhões, equivalente a 7,16% do PIB e crescimento de 28,3% em relação ao montante pago em 2013, já descontada a inflação do período.
Vale ressaltar que essa alta ocorreu em uma conjuntura de recessão econômica e de redução na oferta de empréstimos – entre 2013 e 2016, o volume de crédito com recursos livres (pessoa física e pessoa jurídica) caiu 17,4% em termos reais. É o que mostra o estudo “Juros e Inadimplência no Brasil 2014-2016” realizado pela FecomercioSP, com base nos dados do Banco Central contemplando apenas as operações formais de empréstimos e desconsiderando as operações lastreadas em recursos direcionados.
A maior parte foi paga pelas famílias que desembolsaram R$ 251,2 bilhões em 2014, passando para R$ 293,2 bilhões em 2015 e recuando para R$ 288,3 bilhões em 2016 – 4,46% do PIB. As empresas desembolsaram R$ 165,8 bilhões no pagamento de juros em 2014, R$ 183,9 bilhões em 2015 e, assim como observado no caso das famílias, recuou para R$ 174,7 bilhões em 2016 – 2,7% do PIB.
Para a FecomercioSP, o custo elevado do crédito no Brasil é decorrente das altas taxas de juros, consequência direta do descontrole das contas públicas, que se refletem em uma dívida gigantesca que necessita ser financiada diariamente no mercado. Isso também torna o setor público o maior tomador de crédito, colaborando para fixação de um piso elevado para todos os demais tomadores (AI/FecomercioSP).

A frota aérea da América Latina deverá mais que dobrar até 2036

O tráfego de passageiros dentro da América Latina e Caribe deve crescer 4,4% anualmente até 2036.

Entre 2017 e 2036, a América Latina e o Caribe precisarão de 2.677 novas aeronaves de passageiros e de carga para atender à demanda crescente, de acordo com a última Previsão Global do Mercado da Airbus (GMF). Essa demanda no valor de US$ 352 bilhões corresponde a 2.084 aeronaves de corredor único, além de 593 de dois corredores e aeronaves muito grandes.
Isso implica que a frota em serviço na região mais do que dobrará das 1.211 aeronaves em serviço hoje para 2.882 nas próximas duas décadas. Destas aeronaves, 1.006 serão para substituição de aeronaves de gerações mais antigas, 1.671 serão responsáveis pelo crescimento, e 205 deverão permanecer em serviço. O tráfego de passageiros que vão para, saem de, ou viajam dentro da América Latina e Caribe deve crescer 4,4% anualmente até 2036.
O tráfego interno e intra-regional da região crescerá ainda mais rapidamente, a 4,8% ao ano, enquanto o crescimento mais alto do tráfego deverá ser nas rotas para o Oriente Médio (6,1%) e para a Ásia-Pacífico (5,8%). Um fator-chave que impulsiona esse crescimento é a classe média da região, que deverá aumentar para meio bilhão de pessoas até 2036 (GMF/Airbus).

Consenso para aprovação da reforma

Ontem (22), ao sair de reunião, seguida de almoço, no Palácio da Alvorada, com o presidente da República, Michel Temer, e governadores de vários estados, a vice-governadora do Paraná, Cida Borghetti disse que houve consenso entre os chefes do Executivo em relação à urgência da aprovação da reforma da Previdência. Segundo Borghetti, o relator da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), tirou várias dúvidas dos governadores. Durante o encontro, sem pedido de contrapartida, o presidente Temer pediu apoio dos governadores junto às suas bancadas para que a proposta seja aprovada ainda este ano. Ainda ontem (22), Temer ofereceu um jantar – também no Palácio da Alvorada – para deputados da base aliada. A intenção foi a de convencê-los a apoiar a reforma da Previdência e alcançar os 308 votos que são necessários para a aprovação (ABr).

Transporte aéreo de passageiros teve aumento em outubro

O transporte aéreo de passageiros voltou a crescer em outubro, segundo o relatório Demanda e Oferta do Transporte Aéreo, divulgado ontem (22) pela Anac. O levantamento mostra que, em termos de passageiros/quilômetros pagos transportados (RPK) nos voos domésticos, o número chegou a 7,8 milhões, um aumento de 7,8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Anac, o número representa a oitava alta seguida este ano.
Na oferta de assentos/quilômetros ofertados (ASK), a agência informa que a expansão foi 2,5%. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, a procura subiu 2,7% e a oferta cresceu 1%. Segundo o estudo da Anac, as empresas Gol e Latam lideram o mercado, com 35,9% e 33,3% de participação no RPK doméstico, respectivamente. A Azul vem em seguida com 16,7% e, logo depois, a Avianca, que registrou 13,6%
Os dados da agência mostram ainda que a taxa de aproveitamento de assentos dos aviões no mercado doméstico foi de 83,3% em outubro. Uma expansão de 5,2% na comparação com o mesmo mês de 2016. Segundo a Anac, esse é o terceiro aumento seguido e “o maior nível registrado para outubro na série histórica, iniciada em 2000”. O aproveitamento nos dez primeiros meses deste ano foi de 81,2%, com variação positiva de 1,7% em relação ao mesmo período de 2016 (ABr).

Descontos da Black Friday são engolidos pelos tributos

Amanhã (24), acontece oficialmente a Black Friday, a sexta-feira conhecida pelas grandes ofertas. Apesar de novembro ser considerado o mês dos descontos, quem pretende economizar comprando agora não pode se esquecer que nossa carga tributária inserida no consumo é alta. Os tributos embutidos nos preços estará presente em todos os produtos adquiridos nessa ultra promoção, segundo constatou o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação- IBPT.
De olho nesta data, o IBPT realizou um levantamento dos tributos que incidem sobre os produtos mais procurados, verificando que os itens mais buscados são os eletrônicos e os eletrodomésticos, que são também os mais tributados na escala de produtos. Por exemplo, o jogo de videogame, tem nada menos que 72,18% do seu valor em tributos. Seguido do popular smartphone, onde 68,76% do preço incidente sobre o item vão diretamente para os cofres público.
Outros produtos eletrônicos também possuem uma alta carga tributária, como por exemplo, o televisor, cerca de 45% são encargos; o tablete importado, em média 48% de tributos; e a máquina fotográfica 48,21% do valor do item tem destino certo. Ainda temos, a máquina de lavar roupas com 42,56% de tributos; o fogão pequeno 41,22%; e a geladeira: 46,21%.
O presidente do IBPT, João Eloi Olenike reflete que muitos consumidores aproveitam esta época do ano para adiantar suas compras de natal. “Os brasileiros devem ficar atentos ao fazer suas aquisições, uma vez que os itens ofertados já constam os tributos embutidos. Infelizmente não existe Black Friday dos tributos”, alerta Olenike (IBPT).