90 views 9 mins

Economia 07/06/2017

em Economia
terça-feira, 06 de junho de 2017
No ano passado, apenas 20% das pequenas empresas conseguiram contratar uma nova linha de crédito.

CNI: pequenas indústrias são as mais afetadas pela crise

No ano passado, apenas 20% das pequenas empresas conseguiram contratar uma nova linha de crédito.

Responsáveis pela metade dos empregos na indústria, as pequenas empresas têm sido as mais afetadas pela crise, indica levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

Com acesso restrito ao crédito e com menos reservas para suportar a queda da demanda, as indústrias de menor porte têm mais dificuldade de se recuperar da recessão.
O estudo mostra que as indústrias de pequeno porte têm obtido indicadores piores que as de grande porte desde o início de 2015, quando o país entrou em recessão. Os números foram obtidos com base na Sondagem Industrial, pesquisa mensal divulgada pela CNI que revela as expectativas e as decisões dos empresários da indústria.
Medida de 0 a 100 pontos, a Sondagem Industrial tem uma linha de corte de 50 pontos, que indica estabilidade. Entre 2015 e 2017, os indicadores de produção e de número de empregados têm oscilado em torno de 40 contra 45 pontos das grandes indústrias. Em relação à expectativa de demanda, as pequenas empresas oscilaram em torno de 46 pontos. As indústrias de maior porte registraram 49 pontos, ainda pessimista, mas próximo da estabilidade.
As disparidades são maiores nos indicadores que refletem as finanças das empresas. Nos últimos dois anos e meio, o indicador tem variado em torno de 34 pontos para as pequenas indústrias, contra 43 para as grandes companhias. No acesso ao crédito, a pontuação tem oscilado em torno de 27,5 pontos para as menores empresas e 33,5 para as maiores. Segundo a CNI, a melhoria do acesso ao crédito, a desburocratização e a melhoria do ambiente de negócios representam os principais caminhos para recuperar a atividade da indústria, principalmente das de menor porte.
No ano passado, apenas 20% das pequenas empresas conseguiram contratar uma nova linha de crédito, 40% renovaram uma linha antiga e 40% das pequenas empresas não conseguiram contratar nem renovar crédito em 2016. Para a CNI, a falta de crédito impede o acesso ao capital de giro, causa atraso no pagamento de fornecedores, perda de oportunidades de negócio, atraso no pagamento de tributos e necessidade de renegociação de prazos para pagamento de credores (ABr).

BC sinaliza que pode reduzir ritmo de cortes na taxa básica de juros

A Selic chegou ao menor nível desde janeiro de 2014, quando estava em 10% ao ano.

O Banco Central (BC) sinalizou que pode reduzir o ritmo de cortes na taxa básica de juros, a Selic. A informação consta da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que diminuiu a taxa em 1 ponto percentual para 10,25% ao ano. “Em função do cenário básico e do atual balanço de riscos, o Copom entende que uma redução moderada do ritmo de flexibilização monetária [corte de juros] em relação ao ritmo adotado hoje deve se mostrar adequada em sua próxima reunião”, diz o documento divulgado ontem (6), pelo BC, em Brasília.
“Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação”, acrescentou. No último dia 31, o Copom reduziu a Selic pela sexta vez seguida. Com a queda, a Selic chegou ao menor nível desde janeiro de 2014, quando estava em 10% ao ano. De outubro de 2012 a abril de 2013, a taxa foi mantida em 7,25% ao ano, no menor nível da história, e passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho de 2015.
Somente em outubro do ano passado, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia. No documento, o comitê também diz que o “aumento recente da incerteza associada à evolução do processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira dificulta a queda mais célere das estimativas” da taxa de juros da economia.
A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. A redução da taxa Selic estimula a economia porque juros menores impulsionam a produção e o consumo num cenário de baixa atividade econômica (ABr).

Expectativa em relação ao mercado de trabalho recua

O Indicador Antecedente de Emprego, recuou 1,2 ponto, em maio, passando para 99,3 pontos. Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), a queda ocorreu depois da estabilidade de abril e de três fortes altas no primeiro trimestre, quando o indicador avançou 10,5 pontos em termos acumulados. O índice avalia a expectativa em relação ao futuro do mercado de trabalho, com base na opinião de consumidores e empresários da indústria e do setor de serviços.
Conforme a FGV, “a dinâmica favorável dos meses anteriores afasta por ora a hipótese de reversão da tendência de melhora gradual das condições, ainda precárias, do mercado de trabalho”. O outro indicador do mercado de trabalho da FGV, o Indicador Coincidente de Desemprego apresentou uma suave melhora de 0,1 ponto em relação ao mês anterior. De acordo com, o resultado do índice mostra “a melhora das perspectivas de redução da taxa de desemprego. No entanto, o aumento da incerteza pode reverter este quadro” (ABr).

Avança a inflação para famílias com renda mais baixa

Em todo o país, o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1), que mede a inflação para famílias com renda até 2,5 salários mínimos, registrou 0,67% em maio. A taxa é superior ao 0,11% de abril. O indicador também ficou acima do Índice de Preços ao Consumidor – Brasil (IPC-BR), que mede a inflação para todas as faixas de renda e que fechou em 0,52% em maio.
Os dados foram divulgados ontem (6), no Rio de Janeiro, pela FGV. O IPC-C1 acumula taxa de 3,47% em 12 meses. A taxa acumulada é inferior ao anotado pelo IPC-BR, cujo variação em 12 meses chega a 4,05%. O avanço da taxa entre abril e maio foi puxado por cinco das oito classes de despesa avaliadas pela FGV: habitação (cuja taxa subiu -1% para 2,19%), vestuário (de -0,65% para 0,52%), transportes (de 0,12% para 0,31%), despesas diversas (de 0,02% para 0,26%) e educação, leitura e recreação (de -0,02% para 0,15%).
Por outro lado, três grupos tiveram queda na taxa: alimentação (de 0,71% para -0,29%), saúde e cuidados pessoais (de 1,27% para 0,81%) e comunicação (de 0,58% para 0,21%) (ABr).