Destacou que, se o Brasil aumentar agora os investimentos para exportar mais soja, quando os Estados Unidos voltarem a vender o produto para a China a tendência é que os preços caiam, o que pode prejudicar o setor brasileiro.
Sobre o impacto da guerra comercial, disse que, se houver acordo no curto prazo, os efeitos não serão significantes. Em painel no fórum, o diretor afirmou que essa guerra não é benéfica para o mundo, porque gera incertezas. “Isso não é bom para os negócios que requerem previsibilidade”. Para o consultor em comércio exterior, Fábio Carneiro Cunha, a tendência é que o Brasil mantenha ganhos na balança comercial por mais um ano. Destacou que a disputa entre os dois países gera o efeito de aumento das importações de produtos eletrônicos e plástico.
“Houve aumento de exportação de soja, de milho. Mas ao mesmo tempo, houve aumento de importações dos dois países de setores que já sofrem com isso, como o de comércio eletrônico e plástico. Então, quem está preparado para exportar tem um benefício transitório, mas quem tem normalmente dificuldades com o comércio exterior está sofrendo ainda mais”, afirmou.
A disputa comercial iniciada entre entre China e Estados Unidos no ano passado aumentou as exportações brasileiras para a China em US$ 8,1 bilhões, em 2018, em comparação com o ano anterior. As vendas nacionais passaram de
US$ 22,589 bilhões, em 2017, para US$ 30,706 bilhões (ABr).