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Experiência digital e segurança serão diferenciais no Open Banking

em Destaques
segunda-feira, 05 de abril de 2021

Gabriel Torres Filho (*)

O Open Banking entrou na primeira fase de implementação no Brasil e agora bancos, fintechs, seguradoras e outras instituições correm para se adequar às novas regras do sistema financeiro, que irá trazer mais competitividade e transparência a esse mercado.

Nesse novo sistema proposto pelo Banco Central, as instituições participantes são obrigadas a compartilhar os dados financeiros dos seus clientes sempre que esses solicitarem, dando um maior poder de escolha as pessoas de optarem por serviços mais baratos, com taxas mais atrativas e que lhes forem mais convenientes.

Esse livre acesso às informações financeiras e de cadastro beneficia principalmente as fintechs, bancos que já nasceram no formato digital e conseguem oferecer uma melhor experiência para os seus usuários, planos mais em conta, menores taxas nos serviços, sem custo mensal, maior transparência, agilidade nos processos de cadastro e para aquisição de produtos, na visão dos clientes.

A participação é obrigatória apenas para bancos das categorias S1 (porte igual ou acima de 10% do PIB) e S2 (entre 1% e 10% do PIB), mas as fintechs estão se esforçando para entrar no processo porque devem ganhar com a agilidade da informação, captando mais clientes e oferecendo ofertas ainda mais agressivas de produtos e serviços.

Quem abriu ou tentou abrir uma conta em alguma fintech sabe que o processo de aceitação nem sempre é fácil, algumas solicitam indicação de um amigo, há todo um processo de homologação e, caso seja aceito, seu limite de crédito pode demorar bastante a chegar no valor esperado.

O Open Banking corta todo esse processo porque o cliente não precisará mais de intermediador. Bastará solicitar o histórico de crédito no banco e a fintech poderá homologar a conta ou oferecer serviços e produtos com mais precisão, sem correr riscos.

Para competir com as fintechs os grandes bancos devem não só oferecer taxas mais atrativas, mas também melhorar a experiência do usuário nos seus aplicativos digitais, com um programa de interface amigável, fácil utilização por clientes de diversas faixas etárias, com as funcionalidades necessárias e que seja seguro.

. Segurança nas operações – Ao mesmo tempo em que os dados dos consumidores passam a ser mais transparentes, temos todo um trabalho sendo feito pelas instituições financeiras junto com as empresas de tecnologia para oferecer segurança e conformidade à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A segurança, por sinal, foi o fator decisivo para adiarem o início da implementação do Open Banking de 2020 para 2021.

Afinal, não é só adequar a sua tecnologia à API (Application Programming Interface) para fazer com que os diferentes sistemas bancários conversem e troquem informações entre si, mas também fazer com que essa troca de informações seja realizada de forma segura e sem comprometer os dados dos consumidores.

. Novos Produtos – Com o Open Banking o cliente vai poder escolher com qual banco ele vai querer trabalhar, poderá utilizar o serviço mais atrativo de outros bancos de maneira mais fácil e não precisará passar pelas partes burocráticas: fazer cadastro, ir presencialmente ao banco fazer assinatura, providenciar uma relação de documentos e demais processos que começam a ficar obsoletos.

O Open Banking facilita a vida do cliente e elimina a burocracia por meio de uma experiência online, ágil e transparente, além de impulsionar a criação de novos produtos e serviços com valores mais competitivos ao consumidor. É mais um passo acertado do Banco Central rumo ao sistema financeiro do futuro e à transformação digital.

. Transformação Digital – Esse é o passo onde mergulha a inteligência da informação, com as empresas de tecnologia atuando como integradores, como peça fundamental para garantir que a experiência do usuário seja a melhor possível nessa transição com métodos e suporte adequado ao cliente final, incluindo diversas faixas etárias e suas particularidades.

Por outro lado, o e-commerce também será beneficiado. O segmento B2B poderá alavancar consideravelmente suas vendas, pelo simples fato que seu consumidor terá mais uma opção para aquisição de produtos online. Além dos meios existentes via transferências, boletos, cartão, entre outros, ele poderá optar por realizar um financiamento pela instituição onde tiver o seu cadastrado aprovado.

. Foco no desenvolvimento de Experiência do Usuário – Nesse cenário, o país está preparado para a mudança. O Brasil possui excelentes especialistas na área de tecnologia, profissionais com expertise em UX/UI (Experiência do Usuário/Interface do Usuário) para buscar o equilíbrio. Isso oferecerá aos clientes uma melhor experiência no que diz respeito a praticidade da aplicação, ou seja, que a sua interação flua e que ele veja valor nesse processo.

Para isso os profissionais de UX/UI são imprescindíveis no processo, cabe a eles entender a demanda do lado técnico para facilitar a aderência do lado do usuário e, contamos com a expertise de profissionais que irão aportar toda a questão da padronização com o uso de APIs para comunicação.

(*) – É diretor de serviços e das Fábricas de Software da Datainfo (www.datainfo.inf.br).