O número de idosos cresceu 56% em relação à 2010 e com este aumento a perspectiva é que o país se prepare para atender às novas demandas de saúde da população
Os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) têm apontado o crescimento dos idosos no país. As pessoas com 60 anos ou mais chegaram a mais de 32 milhões, o que representa 15,6% da população. Isso significa aumento de 56% em relação a 2010. Por isso, é importante que o Brasil esteja preparado para lidar com as demandas crescentes que surgirão para esta parcela da população, principalmente em relação ao fornecimento de medicamentos e ao atendimento do Sistema Público de Saúde (SUS), que, segundo o Ministério da Saúde, alcança aproximadamente 190 milhões de pacientes por ano.
O debate para a criação de estratégias que alavanquem a produção nacional de insumos e medicamentos já se iniciaram com o lançamento do novo PAC, em setembro de 2023, que garantirá R$ 42 bilhões de reais em investimentos no Sistema Único de Saúde e no Complexo Industrial da Saúde. A iniciativa terá impactos diretos para as novas demandas da população, conforme explica Marcelo Mansur, CEO da Nortec Química, maior fabricante de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) da América Latina.
“Sem dúvidas, o projeto do Complexo Industrial da Saúde chega em boa hora, precisamos de tempo e investimento para lidar com esta demanda progressiva por insumos e medicamentos no país. Os dados do IBGE nos confirmam a perspectiva de uma sociedade com uma faixa etária cada vez maior, por isso, é importante que possamos ter uma produção forte, independente e que colabore para o acesso da população a estes produtos”, comenta Mansur.
Aumento do consumo
De janeiro a junho de 2023 foram distribuídos mais de 7 bilhões de medicamentos, somente no programa Farmácia Popular. A expectativa é que este número se torne ainda maior. Entre 2018 e 2021, a quantidade de fármacos que chegou à população aumentou de 13,8 bilhões para 14,3 bilhões.
Dados e metas
A Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi) e o Governo Federal apontam que o Brasil produz apenas 5% dos IFAs que precisa, o restante é exportado de países como China e Índia. No setor de equipamentos médicos, o país atende 50%. Em medicamentos e vacinas, esse percentual chega a 60%. Segundo as metas do novo PAC, o objetivo é diminuir esta desproporção em 10 anos, tornando o país responsável por 70% de sua produção no setor.
“A independência na produção de insumos e medicamentos trará diversas consequências positivas para o Brasil, que vão desde o fortalecimento econômico e competitivo do país, que poderá fabricar e fornecer produtos e tecnologia, até questões mais estratégicas, como ter maior capacidade de reação diante de crises sanitárias ou outras adversidades”, comenta o CEO.