Leonardo Bruno (*)
O final do ano, período que compreende os dias entre a Black Friday e o Ano Novo, é um dos momentos mais importantes para a indústria global do varejo, uma vez que bilhões de consumidores vão às compras em busca de seus sonhos de consumo e de presentes para as pessoas queridas.
Com mais pessoas optando por realizar essas compras por meio de canais digitais, a expectativa é de que, globalmente, as vendas online batam um novo recorde, subindo 7% (US$ 1,2 trilhão) na comparação com o ano passado. Mas esse aumento no volume de vendas não se traduzirá em preços mais baixos para o consumidor, muito pelo contrário.
Com o cenário difícil para todos, a Salesforce analisou mais de um bilhão de transações de consumidores de mais de 40 países que utilizam nossa plataforma de ecommerce para descobrir quais os desafios e tendências para a temporada de compras de fim de ano 2021:
. Preços mais altos para todos – Consumidores, varejistas e fornecedores sofrerão com custos mais altos neste final de ano por conta da pressão em cima da cadeia logística global, que sofre com falta de matéria-prima e número menor de trabalhadores, aumento da demanda, restrições por conta da pandemia, valores dos contêineres e muito mais.
Uma opção que deve ganhar força é a de “compre agora, pague depois” para pedidos online, que representou 4% do total no mesmo período de 2020 e deve passar para 8% (US$ 96 bilhões globalmente).
. Disponibilidade de produtos será principal desafio – No ano passado, o grande desafio foi o atraso nas entregas aos consumidores. Apesar de ainda ser uma preocupação, prevemos uma queda de 94% no número de pacotes que correm o risco de atrasarem, passando de 700 milhões no ano passado para 40 milhões neste ano.
Em 2021, por conta de gargalos nos portos e custos crescentes de contêineres, o principal problema será a disponibilidade de produtos para os consumidores – que deverão adiantar suas compras de fim de ano para antes da Black Friday para não correrem este risco.
. Lojas físicas serão peças críticas da estratégia digital – A combinação de funcionários da loja atendendo pedidos online, oferecendo sugestões personalizadas e dando suporte aos compradores digitais, e consumidores conectados finalizando as compras em seus dispositivos móveis enquanto estão na loja indica que os espaços físicos serão críticos para a estratégia digital das marcas.
A previsão é que mais de seis em cada dez pedidos online serão influenciados por estabelecimentos físicos, seja pela ajuda do vendedor na hora de finalizar o pedido online ou oferecendo opção de comprar online e retirar na loja.
. Mudança no uso de dados – Com cada vez mais medidas e regulações protegendo a privacidade dos usuários online, departamentos de marketing estão passando por um momento de adaptação profunda. Rastrear a atividade de um usuário na web ou em aplicativos através de dados de terceiros deve se tornar muito mais caro, ou até mesmo impossível, o que torna os dados coletados e organizados pela própria organização muito mais valiosos.
Programas de fidelidade, engajamento em redes sociais e e-mails marketing personalizados são ótimas oportunidades para coletar os próprios dados dos consumidores. Segundo nossas estimativas, haverá crescimento de 30% no tráfego das plataformas de ecommerce provenientes de indicações e de 18% no uso de e-mail marketing entre novembro e dezembro se comparado com o mesmo período do ano passado.
(*) – É vice-presidente de Commerce Cloud da Salesforce Brasil (www.salesforce.com.br).