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Dívida Técnica: custos e ineficiências tecnológicas ocultas nas empresas

em Destaques
quarta-feira, 31 de maio de 2023

André Cilurzo (*)

Com o aumento do uso de diferentes sistemas nas empresas, a dívida técnica, definida como o acúmulo de sistemas legados e aplicativos que são difíceis de manter e suportar, bem como códigos mal escritos ou implementados às pressas que aumentam os riscos ao longo do tempo, não é mais apenas um problema “técnico”, tornando-se uma questão de negócios que pode trazer sérias consequências para as organizações.

Por isso, é crucial a redução das chamadas dívidas técnicas visando reduzir os riscos de imagem junto a clientes e multas por órgãos reguladores e, principalmente, perda de receita.

Mas, lidar com a dívida técnica pode ser um desafio, especialmente para equipes de TI sobrecarregadas e com falta de profissionais. Isso porque essas equipes estão encarregadas de manter sistemas antigos e, ao mesmo tempo, aprender novas estruturas, linguagens e novos desenvolvimentos.

Diante deste cenário, é preciso ficar atento aos sinais de alerta. Os profissionais podem reclamar que a tecnologia que usam é complicada, demorada e prejudica o desempenho do trabalho. Já os clientes podem descrever os aplicativos como desajeitados, cheios de bugs e desatualizados. Se essas reclamações parecem familiares, então é hora de agir. Existem três opções que as empresas podem considerar antes de começarem a reduzir sua dívida técnica, conforme elencado abaixo.

  1. Revisão de códigos: um dos principais componentes da redução da dívida técnica é ter uma compreensão clara dos problemas e desafios subjacentes em um ou vários aplicativos. Isso pode envolver uma análise abrangente da infraestrutura da tecnologia atual, identificando sistemas e processos que estão causando mais problemas, o que ajudará a priorizar os esforços de modernização, garantindo que os problemas mais críticos sejam resolvidos primeiro.
  2. Realização de workshops: fornece um roteiro para esforços de modernização, incluindo o desenvolvimento de um plano detalhado descrevendo as etapas necessárias para melhorar a infraestrutura de tecnologia. Esse processo também tem como foco informações sobre práticas recomendadas para modernizar os sistemas legados, otimizar o desempenho de aplicativos e melhorar a experiência do cliente e do funcionário.
  3. Implantação de um programa de modernização de aplicativos: pode gerenciar o processo de admissão, governança, arquitetura técnica, DevOps e desenvolvimento de ponta a ponta, reduzindo riscos, acomodando mudanças e proporcionando melhores experiências de clientes e funcionários.
    Como vimos, os desafios técnicos podem afetar significativamente o desempenho, a estabilidade de operações críticas, a segurança dos dados e a privacidade, sendo essencial que sejam resolvidos antes que causem prejuízos. Assim como dívidas financeiras, é fundamental que as organizações enderecem e gerenciem este crescente problema, evitando que a dívida técnica se torne insustentável e impacte clientes e colaboradores, bem como gere prejuízos aos acionistas.

(*) É diretor de privacidade de dados e atendimento à LGPD na Protiviti Brasil, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, auditoria interna, investigação, proteção e privacidade de dados.