A presidente afastada Dilma Rousseff divulgou nota ontem (21), na qual confirma que esteve com o empresário Marcelo Odebrecht, em maio de 2015, por ocasião de uma viagem oficial à Cidade do México, mas nega que tenha tratado de doações de campanha com o empresário.
Segundo a nota, o encontro “foi breve” e “o diálogo não tratou de doações”. “No encontro, também não se tratou de pagamentos ao jornalista João Santana, responsável pelos programas de rádio e TV na campanha eleitoral”, diz o texto, divulgado pela assessoria de imprensa da petista.
Segundo a presidente afastada, “já é público e notório”, que todos os pagamentos pelos serviços prestados para sua campanha pela reeleição em 2014, inclusive aqueles ao marqueteiro João Santana, foram feitos dentro da lei e declarados à Justiça Eleitoral. “À produtora de João Santana, os pagamentos totalizaram R$ 70 milhões”, afirma. Reportagem do jornal Folha de S.Paulo de ontem, afirmou que, em delação premiada, Marcelo admitirá elo com repasses para Dilma para as campanhas presidenciais em 2010 e 2014.
Preso há um ano no âmbito da Operação Lava Jato, Marcelo, também vai relatar que conversou com Dilma em 26 de maio do ano passado a fim de alertá-la que os investigadores estavam prestes a descobrir pagamentos feitos na Suíça para o marqueteiro João Santana. A assessoria Dilma também criticou ‘que, uma vez mais, conteúdo em segredo de Justiça seja vazado de maneira seletiva’. “Sobre as suposições do empresário Marcelo Odebrecht, a presidente Dilma não tem porque tecer quaisquer considerações ou comentários”, finaliza a nota (AE).