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Como reforçar uma cultura éticas nas empresas

em Destaques
terça-feira, 01 de junho de 2021

Renato Almeida dos Santos (*)

Combater os atos antiéticos é um dos desafios de qualquer organização comprometida com boas práticas de governança corporativa e com o desenvolvimento sustentável do negócio.

De acordo com o artigo de Leonardo Flach, os atos antiéticos são comportamentos que não estão em consonância com princípios que regem os valores do que é certo e errado. Aqui, podemos considerar normas sociais como aquelas previstas na Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Para consolidar uma cultura ética é necessário colocar em prática ações estratégicas de engajamento e gestão de capital humano. Confira quais são:

  1. Ter um Código de Ética e Conduta – O primeiro passo para consolidar uma cultura de ação contra atos antiéticos é desenvolver um Código de Ética e Conduta. Esse documento é o que vai apresentar as diretrizes da governança corporativa da sua empresa.

É importante que ele seja escrito de maneira clara e didática, para facilitar a compreensão por todos os perfis de colaboradores.
Esse material deve definir quais são os dispositivos que a empresa tem para coibir atos antiéticos. Além disso, é essencial que ele disponha sobre as penalizações que a organização pode aplicar, bem como quais são as consequências jurídicas previstas na legislação.

Deve estar clara para todos os sócios, investidores, colaboradores, clientes e parceiros da empresa. Esse alinhamento é essencial para o compartilhamento de boas práticas. Há condutas diárias inadequadas que são reproduzidas por mera ignorância em saber que elas não são corretas, e muitas são embasadas em costumes sociais marcados por preconceitos e maus hábitos.

  1. Implementar um canal de denúncia – É a principal ferramenta à disposição dos colaboradores para o combate a atos antiéticos. É fundamental que todo o headcount (quadro de funcionários) saiba da existência desse meio de comunicação. É importante que esteja claro que a denúncia pode ser feita de maneira anônima, reforçando uma política de não retaliação.

Além disso, deve-se garantir que esse canal de denúncia seja disponibilizado também para outros stakeholders do negócio, como clientes e fornecedores. Eles devem se sentir confortáveis para denunciar possíveis atos antiéticos que presenciem de profissionais da empresa.

Um ponto que não pode ser negligenciado é a transparência do departamento de compliance. Ele deve compartilhar com toda a plataforma de negócio os indicadores relacionados com as denúncias recebidas e apuradas. As pessoas precisam estar munidas de informações para confiarem na eficácia do canal de denúncia. Dessa forma, elas são estimuladas a o utilizarem quando necessário.

  1. Capacitar seus colaboradores – A capacitação é a melhor maneira de preparar a empresa, consolidando a cultura contra atos antiéticos. É por meio do alinhamento contínuo e do esclarecimento que será possível reduzir situações de fraudes, corrupção e assédio, seja dentro do espaço da organização ou no trato com clientes e parceiros.

Uma organização comprometida em alcançar uma conduta ética conquista a credibilidade de diversos agentes importantes no mercado. Ela consolida parcerias sólidas e consumidores promotores da marca. Por isso, investir em estratégias para coibir ações antiéticas é primordial para o crescimento de qualquer negócio.

(*) – É especialista em compliance e sócio da S2 Consultoria, empresa especializada em prevenir e tratar atos de fraude e assédio nas organizações, levando em conta o comportamento humano e seus desdobramentos.