A vida de trabalhador autônomo por muitos vista como uma opção libertadora. No Brasil, o último levantamento do IBGE, em 2019, mostra que os autônomos são 24,4 milhões no país. Controlar a própria escala de trabalho, criar as próprias regras de funcionamento da empresa, não ter de responder a um superior e por vezes faturar uma porcentagem maior com os serviços prestados são consideradas algumas das principais vantagens. Mas não há negócio que resista somente incentivado por elas, sem que haja um esforço de organização e disciplina por trás.
O descontrole pode levar o autônomo a ter gastos desnecessários, alerta o contador Elias Dib Caddah Neto, coordenador nacional do Programa de Voluntariado da Classe Contábil, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Dessa maneira, o profissional acabará por buscar socorro com algum recurso que cubra aquele mês no qual o gasto foi maior do que a receita.
“É muito recorrente usar créditos que são mais facilitados, como o cheque especial ou cartão de crédito, mas é preciso lembrar que no mês seguinte terá que pagar as dívidas do cartão ou dos juros do cheque especial, que são altíssimos, e o trabalhador começará a comprometer parte do orçamento, que não comprometia antes”, afirma Caddah, ao enumerar 5 dicas oportunas:
1 – Detalhe os gastos em uma planilha financeira – Uma das primeiras medidas essenciais a quem está em vias de se tornar autônomo ou precisa organizar melhor seu negócio é começar detalhando os gastos em uma planilha financeira. É fundamental segmentar os gastos fixos, como aluguel, despesas de água e de telefone, conexão com a internet, entre outros, e os variáveis, como conserto ou manutenção de um equipamento, viagem ou qualquer gasto extra.
Assim é possível ponderar o quanto se ganha com o quanto efetivamente irá sobrar, não somente para ficar em dia com as despesas e garantir uma renda, como investir para promover o crescimento do negócio.
2 – Separe as despesas pessoais das profissionais – Um grande vilão existente entre o negócio e seu dono é a mistura de gastos pessoais com gastos profissionais. Primeiramente, é preciso ter em mente que o negócio precisa se manter e o autônomo só conseguirá avaliar se ele é viável ou não, independentemente da área, se a receita advindo do seu trabalho for maior do que os custos para manter o negócio. Misturar as contas leva a um descontrole maior e uma dificuldade maior ainda de planejamento, porque ora está retirando o dinheiro da empresa para pagar uma conta pessoal, ora tem que pagar uma conta da empresa com seu dinheiro pessoal.
3 – Abra uma conta de Pessoa Jurídica – Uma forma simples e segura de separar os gastos pessoais dos profissionais é com a abertura de uma conta bancária de Pessoa Jurídica. Alguns bancos inclusive oferecem vantagens para quem já é correntista como Pessoa Física e deseja abrir uma nova conta para as movimentações como empresa.
4 – Busque alternativas inteligentes de crédito – O autônomo pode buscar se transformar em um MEI. É um profissional que vai estar enquadrado no Simples Nacional, então pagará entre R$ 50 e R$ 60 por mês de imposto, equivalente à carga tributária para a categoria, e tem grandes benefícios. Pode ter direito igual a de um empregado CLT, como aposentadoria, licença maternidade e licença médica. Tendo CNPJ ativo, alguns bancos oferecem vantagens com créditos de juros mais baixos para pessoas físicas.
5 – Programe férias, aposentadoria e investimentos – Assim como quem trabalha em regime CLT, o autônomo pode programar retiradas de férias e 13º salário. É importante garantir um valor por mês para cada objetivo. O mesmo para recolhimento de aposentadoria, com contribuições contribuições mensais ao INSS e mesmo previdência privada.
Quando começar a sobrar, a dica é programar investimentos em fundos com liquidez rápida. Faça o dinheiro trabalhar por você. Antes de escolher, verifique a taxa de rentabilidade, se há desconto de imposto de renda e qual o prazo para resgate. Fonte: (apexconteudo.com).