O Brasil teve, em 2015, um “ano cruel” para a liberdade de imprensa, avalia a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
A entidade divulgou um relatório que mostra o País como o quinto mais arriscado do mundo para jornalistas, somando 116 registros de violações como assassinatos, agressões, ameaças e ofensas.
Com oito mortes comprovadamente associadas ao exercício da profissão jornalística – um jornalista, quatro radialistas e três blogueiros -, o Brasil perde apenas para Síria, Iraque, México e França. Está “ganhando” inclusive de países que estão em guerra, como Iêmen e Sudão do Sul. Trata-se do pior desempenho em 23 anos.
As violações ocorreram principalmente no Nordeste, com profissionais de imprensa que cobriam, em geral, política e escândalos de corrupção. Os agressores são, em primeiro lugar, os alvos da apuração jornalística, seguidos por manifestantes e policiais – algo que preocupa a Abert.
“Quem tem como princípio levantar informações para prestar serviço à sociedade não deveria ser alvo”, afirma o presidente da entidade, Daniel Slaviero (AE).