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Ações de Responsabilidade Social não podem cair no Social Washing

em Destaques
sexta-feira, 07 de outubro de 2022

Desde que o termo ESG emergiu com força no contexto corporativo, é possível notar que as empresas estão buscando um posicionamento que represente suas preocupações com os impactos sociais, ambientais e de governança. No entanto, posicionamento e comunicação só fazem sentido quando de fato refletem ações concretas da empresa.

Tentar pegar carona no tema sem ter uma conduta verdadeiramente responsável, além de pouco ético, pode causar até problemas de imagem. No contexto ambiental, comunicar sem atuar logo ficou conhecido como GreenWashing, enquanto no contexto de impacto social é chamado de “Social Washing”.

Para orientar a coerência do posicionamento e evitar cair no Social Washing, Kátia Mello, co-presidente da consultoria pioneira em gestão social Diagonal, apresenta quatro pontos essenciais para nortear um posicionamento verdadeiro em ações de responsabilidade social.

  1. – Trazer o impacto social para dentro da organização – Criar uma área dentro da empresa que concentre esforços em ações de responsabilidade social e sustentabilidade é uma ótima estratégia, mas a preocupação com o social precisa ser transversal às operações.

Para internalizar o S do ESG, a empresa precisa mapear riscos, garantir condições dignas de trabalho para sua equipe e fornecedores, bem como adotar ações afirmativas pró equidade de gênero e equidade racial.

É possível potencializar o impacto das ações de responsabilidade social quando estão ligadas ao setor principal de atuação – uma vez que a empresa já detém domínio e influência na área.

  1. – Buscar certificações – Buscar certificações como selos ambientais e sociais é importante para ter uma direção. Nessa jornada, as empresas devem contar com parceiras experientes para potencializar resultados.

Kátia Mello também sugere que empresários e empresárias conheçam movimentos corporativos de suas regiões, e do país como um todo, que lideram a transformação do seu setor e compartilham boas práticas de forma pré-competitiva.

“Vale destacar que não precisa ser uma grande empresa para seguir boas práticas ESG, tão pouco para ser ativa no desenvolvimento social. Pequenos e médios negócios são tão importantes quanto as grandes empresas para o desenvolvimento sustentável”, explica Kátia.

  1. – Definir e mensurar indicadores de impacto – Na prática, as ações de responsabilidade social corporativa poucas vezes são planejadas desde o princípio a partir de métricas e indicadores, por isso vale ressaltar que uma metodologia de medição de impacto potencializa as ações e reduz o risco de social washing.

Para colocar esse olhar em prática, o primeiro passo está na definição dos indicadores certos. A partir disso, é possível mensurar os impactos, avaliar os resultados e tomar decisões com base em dados para melhorar a efetividade das ações.

Os indicadores são base para o exercício de reflexão conjunta sobre a intervenção social, que vão definir as estratégias de ação, planejando o fio condutor de todo o processo da ação social.

  1. – Ter a transparência como valor – Por fim, a consultoria ressalta a importância de compartilhar com os múltiplos stakeholders seus relatórios de impacto e buscar dialogar sobre os principais desafios, erros e acertos na jornada ESG.

Durante muito tempo, as ações de responsabilidade social corporativa eram colocadas em segundo plano por serem vistas apenas como filantropia, com menor relevância para a atuação da empresa.

Agora compreende-se melhor o papel das empresas com relação ao desenvolvimento sustentável e, por isso mesmo, espera-se que o olhar para o social não seja negligenciado pelo segundo setor daqui para frente.

“As empresas precisam ter em mente que posicionamento sustentável não é marketing, mas sim transformação social. A sustentabilidade é uma jornada coletiva sem ponto de chegada”, conclui Kátia Mello, co-presidente da Diagonal. – Fonte e outras informações: (http://www.diagonal.net/).