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Estimativa de alta do PIB e previsão de índice de inflação para 2022

em Eduardo Moisés
terça-feira, 04 de janeiro de 2022

Eduardo Moises

            Segundo recente relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central (BC), a estimativa de alta do Produto Interno Bruto (PIB) para o ano de 2022, antes projetada em  0,42%, foi reduzida para 0,36% neste ano. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

            Trata-se do primeiro boletim divulgado em 2022, baseado em dados colhidos na semana passada, em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras. As mudanças das estimativas são impulsionadas pelo recente salto da inflação, pela alta das taxas de juros e pelo temor de rompimento do teto de gastos com o pagamento do Auxílio Brasil, programa idealizado para substituir o Bolsa Família. Há ainda um risco eleitoral no radar do mercado

            As pioras vão também em linha com os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que colocaram o Brasil em recessão técnica, depois de a atividade econômica recuar por dois trimestres consecutivos.

            Os analistas consultados pelo Banco Central preveem a inflação em 2022 no patamar de  5,03%, ou seja, acima do teto do sistema de metas para o ano. A meta central de inflação para 2022 é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar entre 2% e 5%.

            Economistas acreditam que no decorrer do ano de 2022 a inflação tende a perder um pouco de força, como resultado da safra recorde de alimentos, redução de preço dos combustíveis e diminuição da demanda, resultado da forte alta dos juros e da atividade fraca.

            Em relação à taxa de juros, os economistas mantiveram a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, em 11,50% ao ano para o fim de 2022. Tal previsão pressupõe alta do juro básico da economia neste ano que se inicia, a medida que após sete altas seguidas, a taxa Selic está em 9,25% ao ano.

            O relatório ainda contém a projeção para a taxa de câmbio em 2022, no montante  de R$ 5,60 por dólar.  Vale lembrar que a moeda norte-americana encerrou 2021 cotada a R$ 5,57, com alta de 7,47% contra o real.

            Já para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2022 permaneceu em US$ 55 bilhões de superávit bem como a previsão para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil em 2022 subiu de US$ 58 bilhões para US$ 58,05% bilhões.