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Cidades

em Colunistas, Mario Enzio
sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Cidades

Logo as eleições revelarão novos prefeitos e vereadores. O que as cidades têm que atraem pessoas? Segurança, empregos, mobilidade urbana?

Sair do campo e arriscar a vida na capital. Isso foi proposta de muita gente que se dispunha a tentar uma opção mesclada de sorte, receios e esperança. Era a solução para quase todos os problemas pessoais ou familiares: um êxodo em busca de resultados. Afinal, algumas cidades não ofereciam perspectivas para se desenvolver, minimamente, com dignidade.

Isso é passado? Creio que não. Ainda, dependendo da cidade que dê condições, se estimulam migrações às oportunidades. É como uma corrida atrás de um novo garimpo, novos poços de petróleo, novo estaleiro com contratos na construção naval ou a instalação de parque industrial de algum segmento da economia. Tudo isso atraído por facilidades ou rechaçado por dificuldades que uma cidade tenha a proporcionar ou desanimar.

Sendo assim, entre os 5570 municípios brasileiros, há muito que se considerar em termos de infra-estrutura. Desses sabemos de suas disparidades territoriais ou populacionais, mas todos têm as mesmas características políticas e administrativas.

Considerando emocionalmente, não seria só por emprego que as pessoas se mudam. Talvez, seja uma das mais decisivas razões. Por outro lado, empresas se mudam porque lhes dão vantagens, recursos indiretos na instalação ou isenção de impostos municipais. Se isso se trata de uma competição saudável ou não, é outra questão.

Assim, algumas cidades atraem pessoas ou empresas também por motivos econômicos. Entretanto, além disso, o que esperamos nessas cidades? Ou que prefeitos e vereadores resolvam em suas administrações? Em linhas gerais, o que torna as cidades mais atraentes e humanizadas?

Imaginamos e idealizamos que seja porque tenham uma rede de abastecimento de água e energia que chegue às residências, com saneamento e tratamento de esgoto. Que ruas, avenidas e estradas sem buracos dêem acessibilidade, boa sinalização e iluminação pública para que pessoas ou produtos cheguem onde tem que chegar. Isso dentro de um projeto de urbanismo que, desde a sua implantação, preveja esses bairros com áreas verdes protegidas e um bom programa habitacional.

Como consequência das pessoas serem educadas socialmente e não jogarem lixo nas ruas, não há alagamentos e as galerias pluviais comportam o volume de água das chuvas. Ainda a limpeza urbana tem um sistema de coleta seletivo e há o aproveitamento desses resíduos na compostagem. Há creches, escolas de ensino fundamental e médio muito bem equipadas, e a qualidade de ensino é uma referência, com ginásios de esportes e programas de cultura e lazer que despertam novos talentos.

Há áreas de convivência que se interligam com ciclovias, são parques, alamedas, praças, servidas com um transporte público à base de um sistema abastecido por luz solar, que é menos poluente. Completando, um sistema de monitoramento e policiamento com ênfase na educação do cidadão dá a segurança que todos necessitam. E quanto à saúde, postos de assistência nesses bairros dão apoio preventivo e básico à população.

Sua cidade é assim? Se tivéssemos menos corrupção e soubessemos mais o que queremos poderíamos conseguir esse nível de cidade.

(*) – Escritor, Mestre em Direitos Humanos e Doutorando em Direito e Ciências Sociais. Site: (www.marioenzio.com.br).