Vestir-se é um hábito muito pessoal, mas que reflete nossas intenções sociais. Quando usamos uniformes, como o dress-code corporativo, a ideia é padronizar o sinal e emitir mensagens parecidas.
Engana-se quem acredita que é possível não ter um estilo. Quando escolhemos roupas e acessórios que chamem menos atenção, é exatamente isso o que você transmite: que é uma pessoa discreta e/ou pouco espalhafatosa. Não é que você não tem estilo: esse é um dos estilos que você pode ter. Por mais homogêneo que você acredite estar no meio da multidão, há pequenos detalhes que podem entregar sua quem você é, de onde você vem ou alguma particularidade que você pensou que estava protegida com sua boca fechada.
Alguns comprimentos representam idade. Por exemplo, desde a Antiguidade, os homens mais velhos usam as togas mais compridas e os mais jovens as mais curtas. Podemos dizer o mesmo sobre as bermudas? Tem também proporções que dão um indicativo geográfico, como a sobreposição de coletinho curto, túnica até o joelho e calças acima da canela dos povos do Oriente Médio. E também, algumas peças quando são usadas com ironia, tendem a comunicar exatamente o oposto. Já viu um adolescente com “roupas de vovô”, como boinas, moletons, calças molengas e sapatos ultra confortáveis?
Há recursos também para demonstrar status, como joias, relógios, brilhos e marcas evidente. É o que pretende ao menos alguém que usa de falsificações para tentar passar esse efeito. Às vezes cola, pelo menos por algum tempo inicial… E mesmo as máximas de estilo, como: “todo homem fica bem-vestido de terno”, pode ser subvertida se o traje estiver mal ajustado, em mau estado ou manchado.
O ser humano é um animal essencialmente visual. Diferentemente de outros animais, que confiam em olfato e audição para reconhecer os membros da família (e por isso mesmo andam em grupos menores), o homem criou essa hierarquização visual que facilita o contato com pessoas que não conhecemos. Se está vestido como policial ou segurança, significa que é uma pessoa para quem podemos pedir ajuda.
Portanto, vale o exercício de se planejar para organizar as roupas que usa para o trabalho ou no dia-a-dia, pensando o que as pessoas podem ler de você mesmo sem te conhecer? Você parece organizado e responsável? Ou super criativo? É um chefe acessível ou rigoroso ao extremo? Pergunte para as pessoas ao lado, tire umas fotos de corpo inteiro e faça uma análise cuidadosa no espelho por alguns dias seguidos.
Com isso, você vai ter material o suficiente para dizer qual é seu estilo _sem fugir dessa resposta! Só depois disso é possível evoluir neste tópico, usando essas ferramentas a seu favor. Sem medo!