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A importância histórica da Grafotécnica e Documentoscopia

em Colunistas, J. B. Oliveira
segunda-feira, 23 de abril de 2018

 

A importância histórica da Grafotécnica e Documentoscopia

J. B. Oliveira

 

No exato momento em que este texto é lido, milhões de falsificações estão ocorrendo ao redor do mundo, causando danos, problemas, confusões e prejuízos para pessoas físicas e jurídicas. Cheques, recibos, escrituras, testamentos, certidões, certificados, carteiras de identidade, carteiras profissionais e funcionais, crachás, cartões de visita, cartões de crédito ou débito, plantas, mapas, livros, notícias, vídeos, filmes, quadros e uma infinidade de coisas sofrem adulteração, contrafação, falsificação a cada instante.

No Brasil do século passado, uma carta falsa teve desdobramentos impressionantes, importantes e imprevisíveis. Aproximavam-se as eleições de 1922, na plena vigência da chamada “política do café com leite”, em que paulistas e mineiros se alternavam no governo da república. O candidato da vez era o mineiro Artur Bernardes. Entretanto, políticos de outros estados, inconformados com a situação, lançaram candidato Nilo Peçanha, fluminense. Foi aí que, em outubro de 1921, o jornal Correio da Manhã publicou uma carta atribuída a Artur Bernardes, contendo injúrias contra Nilo Peçanha e os militares. Posteriormente reconhecida como falsa – hoje seria “fake news” – ela não impediu que Bernardes se elegesse e cumprisse integralmente o mandato (coisa que não tem acontecido nos dias atuais…). Contudo, o documento falsificado gerou sérias consequências. Seus desdobramentos levaram à Revolta do Forte de Copacabana (Os “18 do Forte”), em 1922 e, dois anos depois, à Revolução Paulista de 1924. Ainda nessa esteira, seguiu-se, no Rio Grande do Sul, de 1925 a 1927, o movimento denominado “Coluna Prestes”, que percorreu 11 estados do país e, por fim, deu origem à Revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder!

No panorama mundial, causou sensação, em 1983, esta fantástica manchete estampada na capa do semanário alemão Stern: “Descobertos os diários de Hitler”! Os editores diziam ter adquirido diários inéditos do ditador nazista e prometiam que depois entregariam os mais de 60 volumes, escritas à mão, ao Arquivo Nacional da Alemanha Ocidental… Haviam pago milhões de marcos ao repórter Gerd Heidemann para adquirir as “preciosidades”. Os tais “diários” também foram comprados pelo noticioso britânico Sunday Times. Entretanto, PERITOS da Polícia Criminal da Alemanha constataram que tudo não passava de falsificação, levada a efeito por um traficante de relíquias nazistas de Stuttgart chamado Konrad Kujau.

Breves, embora, essas reminiscências demonstram quão importante e indispensável é a atividade do Perito Judicial em Grafotécnica e Documentoscopia, tanto na esfera judicial quanto na extrajudicial.

O que é mais interessante: para atuar nesse nobilitante campo profissional não há outra exigência além da VONTADE e da PREPARAÇÃO! Não há necessidade de se ter formação jurídica nem nível universitário, científico, técnico ou qualquer outra exigência. Basta querer aprender os procedimentos que permitem verificar onde foi que o falsário errou! E isso é mais simples do que possa parecer: considerando que “não existe crime perfeito” e que “todo criminoso deixa rastro”, um exame atento permite encontrar os vestígios presentes nos documentos submetidos à ótica experiente do Perito em Grafotécnica e Documentoscopia!

O Instituto JBOliveira de Educação e Capacitação Profissional vem, há anos, preparando e colocando no mercado de trabalho – especificamente a serviço do Poder Judiciário e da Sociedade – Peritos Judiciais em diversas áreas, como Perícia Veicular, Perícia Aeronáutica, Grafotécnica e Doumentoscopia e outras.

Completando a informação, o Instituto ministrará, no próximo sábado, dia 28, dois CURSOS EXPRESSOS de Perícia Judicial e Grafotécnica e Documentoscopia. Informações: www.institutojboliveira.com.br

 

*Dr. J. B. Oliveira, Consultor Empresarial e Educacional, é

Advogado, Professor e Jornalista. Pertence à Academia Cristã

de Letras e ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo

www.jboliveira.com.br