Carlos Kazuo Tomomitsu (*)
Estamos num cenário de crise, tanto econômica, quanto social, em decorrência do vírus Covid-19.
Somado aos impactos da pandemia, vemos mudanças de comportamento e, como consequência, oportunidades que se abrem no mercado. Este é o caso do e-Commerce, que se tornou essencial para este período de quarentena. Segundo dados da EbitNielsen, o comércio eletrônico cresceu 48,3% quando comparado à segunda quinzena de março até o final de abril de 2019.
Com a nova cultura de compra online, a tendência é que este modelo conquiste cada vez mais mercados e segmentos. Dentro dessa oportunidade que se abre em meio ao caos, para as empresas surfarem nessa onda, há um cuidado essencial: a gestão do estoque aliada à tecnologia.
Antes, num cenário bem diferente do que vivemos hoje, a alternativa para controlar a demanda e manter a saúde financeira era aumentar os preços dos itens e ampliar a base de consumidores. Por um compilado de motivos, essa medida não é aplicável a este momento.
Mais do que ter disponibilidade de produtos, evitando a ruptura, é preciso reduzir custos, pois vamos entrar num período em que os gastos serão cortados em função de uma possível recessão. Frente a esses desafios, a tecnologia pode ser uma excelente aliada. Não tem segredo: para manter seu comércio saudável, seu estoque precisa estar bem organizado e integrado ao seu sistema de gestão.
Com uma visibilidade completa da operação, seu e-commerce consegue alinhar-se aos prazos dos fornecedores e às expectativas dos clientes. O controle, seja de produção ou de armazenamento, é uma das questões mais críticas e estratégicas no varejo e na indústria, impactando direta e indiretamente no caixa.
E quando falamos em produtos perecíveis, aí o cuidado deve ser redobrado. Além de mascarar os violões do prejuízo, pois a falta de controle sobre o armazenamento acarreta perdas de itens devido à avaria, o vencimento e a maturação dos produtos é outra preocupação, além do o excesso de produção de itens que não têm saída.
Como consequência dessa ausência de visão e controle sobre o estoque, os itens são perdidos e as entregas atrasam. No final das contas, o impacto está nas receitas, bem como no relacionamento com os clientes.
Todas essas questões, que prejudicam o fluxo de caixa e o abastecimento, são maximizadas em cenários de crise e poderiam ser evitadas por meio do uso da tecnologia, que se tornou primordial para lidar com o novo conceito de venda.
Com uma gestão de estoque automatizada, aproveitando toda a informação gerada pelos documentos eletrônicos sendo processadas em infraestrutura de Big Data, os gestores conseguem planejar a estocagem e a distribuição dos itens de acordo com suas dimensões, além de controlar o apontamento das diferenciações de um mesmo produto, obtendo o conhecimento daqueles que não são vendidos e há quanto tempo para uma tomada de decisão que não traga prejuízo. E tudo isso em tempo real.
Com o controle de custos e os dados de entrada e saída em mãos, os próximos pedidos para abastecimento do estoque serão mais estratégicos, resultando numa gestão de ponta a ponta e, mais importante, obtendo redução de custos. Num cenário de extremos, como o da atualidade, essa tomada de decisões baseada em dados pode determinar o crescimento e a sobrevivência, ou não, das empresas.
(*) – É CEO e mentor da KeepTrue, empresa de TI especializada em soluções integradas na nuvem para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade.