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Mobilidade e infraestrutura aquecem o mercado imobiliário

em Artigos
segunda-feira, 07 de outubro de 2019

A tecnologia (e os seus avanços) chegou e elevou as expectativas das pessoas, que agora são movidas, principalmente, por inovação. Nesse cenário, empresas de todos os portes e segmentos precisaram se reinventar, inclusive, no mercado imobiliário. Não precisamos ir muito longe para vermos estas mudanças. Há mais ou menos cinco anos, o sonho de grande parte dos brasileiros era comprar a casa própria.

Aquele imóvel com três ou mais dormitórios, com uma ampla garagem e, se possível, uma bela área de lazer. Não que este anseio ficou para trás, mas, hoje, a busca por apartamentos, principalmente os de 1 ou 2 dormitórios atraíram os olhares dos consumidores. Prédios sem opção de garagem e colivings futuristas são algumas das novidades que surgiram para atender esse novo consumidor do século 21.

Um estudo realizado no mês de junho de 2019 pelo Imovelweb, um dos maiores portais imobiliários do país, mostrou que 56,6% das buscas por imóveis na capital paulista são por apartamentos. Desse total, 62,8% das pessoas optam por aluguel ao invés de compra. Além disso, 66,7% das procuras são por imóveis de 1 ou 2 dormitórios. Dados que reforçam esta atual percepção de mercado.

A mudança de comportamento dos consumidores também é reflexo das recentes conjunções de família, que estão cada vez menores, segundo estudo divulgado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). A amostra revelou que a taxa de fecundidade das brasileiras é de apenas 1,7 filho por mulher, número abaixo da média mundial, que chega a 2,5.

Seguindo esta tendência, as incorporadoras começaram a investir em espaços mais compactos. Em 2017, por exemplo, a construção de apartamentos com menos de 45 metros quadrados já representava quase 50% das unidades lançadas em São Paulo, segundo dados do Secovi-SP. Além disso, no período, a preferência do público por estes imóveis já era notória, onde aproximadamente 37% das opções desta modalidade estavam vendidas no período. Um cenário surpreendente!

Além do tamanho do imóvel, a mobilidade urbana tem sido outro fator decisivo para a tomada de decisão. Se antes, distância não era um problema, atualmente tornou-se motivo de desistência de uma compra imobiliária. Com esta convergência, muitos imóveis ganharam valor de mercado, por estarem localizados em pontos estratégicos da cidade, e outros perderam força. Movimento natural do setor.

A mobilidade urbana tomou conta dos brasileiros, que querem evitar o trânsito intenso, cada vez mais constante nas grandes capitais. Economizar tempo passou a ser tão importante quanto economizar dinheiro. E para aqueles que querem apostar na rentabilidade imobiliária, este também é um bom momento. Com a economia aquecida, o mercado imobiliário tende a trazer boas oportunidades de negócios.

Nesse sentido, planeje, faça estudos acerca da localização do imóvel que quer adquirir, considerando, sobretudo, aspectos relativos à infraestrutura. Pense estrategicamente e tenha mais êxito em seu investimento.

(*) – Formado em Direito pela PUC-RS, e em Administração de Empresas, pela UFRGS, é CEO do Imovelweb, um dos maiores portais do mercado imobiliário do País.