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Meio Ambiente: como a sustentabilidade constrói felicidade

em Artigos
terça-feira, 26 de novembro de 2024

Caio Queiroz (*)

O que faz uma pessoa feliz? Dinheiro no banco, carrão, casa própria, saúde ou família? Esse ponto de vista depende da visão e percepção de cada um. Mas, e quando essa análise envolve a felicidade de um país? Quais são as variáveis que pesam para medir esse sentimento? Crescimento econômico, apoio social, expectativa de vida saudável, liberdade, meio ambiente?

De acordo com o Relatório Mundial da Felicidade, divulgado pela ONU, que traz um panorama sobre os países mais felizes do planeta, o Brasil ocupa a 44ª posição. Isso mostra que sua abordagem em relação à qualidade de vida e bem-estar tem se mantido eficaz. O brasileiro é visto como um povo feliz, mas ainda há muito a resolver para que essa felicidade seja duradoura.

Para isso, a sustentabilidade pode ser uma base sólida para alcançar um nível mais elevado de bem-estar e felicidade. Você deve estar se perguntando como ela pode trazer felicidade. Te explico, levando em conta minha experiência de 26 anos lidando com sustentabilidade.

Se você vive em uma região na qual tem acesso à água potável, esgoto, a cidade ou o bairro onde mora vivem limpos e organizados, com uma coleta de lixo bem executada, reciclagem de resíduos contribuindo para a preservação do meio ambiente, entre outros fatores, a sensação de bem-estar aumenta e traz felicidade. No cenário contrário, se a região for poluída, mal cuidada e não oferecer uma boa infraestrutura, o estresse aumenta, contribuindo para a insatisfação e infelicidade no viver.

Nos últimos tempos, tenho acompanhado a força da sustentabilidade como indutor da felicidade em um trabalho intenso feito no arquipélago de Fernando de Noronha, com a implementação de várias ações sustentáveis que ajudam a melhorar a qualidade de vida da população. A região vive do turismo e, para que o atendimento seja muito bem executado, as pessoas que trabalham nele e habitam na região precisam estar felizes.

O Brasil é enorme, com muitas regiões com características diferentes, mas com demandas muito parecidas em relação à adoção de ações sustentáveis que podem elevar a felicidade. Quero mostrar na prática que a correlação entre essas duas premissas realmente surte efeitos positivos. Estou de malas prontas para ir conhecer in loco a aplicação do Índice Bruto de Felicidade no Butão e trazer essa metodologia para o Brasil.

O desafio será imenso, pois minha intenção é justamente fazer a integração entre essa metodologia com uma plataforma de sustentabilidade e implementar passo a passo em Fernando de Noronha. A região pode ser considerada uma “mini-Brasil”, com os mesmos problemas que várias cidades enfrentam atualmente, por isso a escolhi como primeira parada dessa nova empreitada.

Um povo feliz vive melhor, produz melhor e cuida de seu país. Então, por que não ajudar a proporcionar felicidade? É um direito de todos.

(*) – É CEO da Aguama Ambiental (https://www.aguama.com.br/).