Daniela Gomes (*)
Terceirizar frotas executivas é uma tendência mundial para a qual os gestores brasileiros começam a olhar com mais atenção.
De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), cerca de 80% das empresas ainda contam com frotas próprias no Brasil. É interessante notar que manter uma frota própria pode ser de 20% a 30% mais caro para as empresas do que terceirizar esse serviço, independente da quantidade de veículos necessários para atender às necessidades da companhia.
O fato é que a retração da economia em todo o mundo tem feito os gestores das empresas revisitarem suas planilhas de custos e avaliarem soluções que ajudem a reduzir custos fixos. Além disso, todos buscam alternativas e oportunidades para elevar o capital, tarefa complicada e vital para os negócios. O governo federal liberou linhas de crédito e de financiamento para as empresas. Muitas têm apelado também para empréstimos.
Mas, existem alternativas que fogem das altas taxas de juros e que podem se tornar medidas mais eficientes e rápidas para a recuperação do fôlego financeiro. Uma estratégia que costuma gerar bons resultados é concentrar todos os esforços e atenção no core business da empresa e terceirizar as atividades que costumam exigir muita atenção e tempo dos colaboradores, além, claro, de investimentos. Uma das áreas que costuma consumir recursos está ligada às frotas das companhias.
Isso, porque veículos não são patrimônios rentáveis. Pelo contrário, além do baixo ROA (Retorno Sobre Ativo) sofrem desvalorização progressiva. Há, ainda, o fato de que administrar uma frota não é uma tarefa simples. Trata-se de uma atividade que exige cuidado com documentação, gerenciamento de multas, manutenção de veículos, entre outras atividades, que acabam sendo executadas por um ou mais profissionais da empresa. Além da diminuição de gastos, outros atrativos têm levado as companhias a terceirizar suas frotas.
Um deles está ligado à praticidade de ter os veículos substituídos rapidamente em caso de quebra ou sinistro. A empresa responsável pela terceirização também fica responsável por toda a parte burocrática, como o pagamento de licenciamentos e impostos, seguros, gerenciamento de multas, realização de manutenções, revisões e até a contratação de motoristas bilingues ou substituição do carro oficial por outro da mesma categoria para utilização nos dias de rodízio, por exemplo.
Essas facilidades, que podem ser customizadas de acordo com o nível de serviço desejado pela empresa a fim de melhor atender seus executivos, são itens a menos para empresários, administradores e gestores se preocuparem. Assim, é possível que eles invistam seu tempo em temas que são realmente prioridade e que trarão resultados positivos para o negócio.
Aos poucos vemos que a cultura de propriedade e não de uso do veículo vem mudando na mente dos brasileiros. Não por acaso, o leaseback – operação financeira e patrimonial, também conhecida como ‘leasing de retorno’ – vem ganhando adeptos neste momento.
A operação consiste na venda de um ativo operacional de alto valor e locação desse mesmo ‘bem’, através da intermediação da empresa que o comprou. Essa modalidade de transação, amplamente utilizada em operações imobiliárias, também pode ser realizada em veículos de uma frota. Neste caso, temos o leaseback de frota. Desse modo, o valor da venda pode ser reinvestido, aumentando o índice de liquidez da empresa e fortalecendo seu fluxo de caixa.
Outra vantagem com esse tipo de operação é a redução imediata dos custos operacionais e da burocracia. Podemos afirmar que as empresas que já deram esse passo estão conseguindo ser mais estratégicas ao direcionar a atenção dos seus profissionais àquilo que é realmente prioritário. Perpetuado esse novo comportamento, as companhias, assim como a economia do país, só têm a ganhar.
(*) – É senior manager da Energy Fleet Services, especializada em soluções customizadas para a terceirização de frotas executivas, que faz parte do guarda-chuva do Energy Group.