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Iniciação científica poderá impulsionar posicionamento do Brasil

em Artigos
quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Ana Luiza Donaduzzi (*)

No início deste ano, a Anprotec divulgou um relatório do Ministério da Ciência e Tecnologia com atualização da quantidade de parques tecnológicos instalados no Brasil.

Com 93 unidades espalhadas pelo país, sendo 58 já em funcionamento e 35 em fases de implantação ou planejamento, as iniciativas de cada um deles amplia pesquisas e soluções para melhoria de diferentes segmentos da sociedade. Convivendo diretamente com ações de um dos parques tecnológicos mais modernos do Brasil, vivencio o quanto as este ecossistema contribui para o avanço da ciência.

Neste cenário, a popularização da iniciação científica de crianças e jovens possibilita que o futuro conte com mais cientistas brasileiros com relevância nacional e internacional, impulsionados pelo fomento advindo dos parques. Um dos rankings mais reconhecidos por classificar cientistas no mundo é o Índice Científico Alper-Doger (AD).

Baseia-se no desempenho científico e valor agregado da produtividade de estudiosos em várias distintas: Agricultura e Silvicultura; Artes, Design e Arquitetura; Negócios e Gestão; Economia e Econometria; Educação; Engenharia e Tecnologia; História; Filosofia; Teologia; Direito e Estudos Jurídico; Ciências Médicas e da Saúde; Ciências Naturais; Ciências Sociais – além de outros campos do conhecimento.

A edição de 2023 já foi divulgada com uma pesquisa que contabilizou 19.512 universidades em 216 países de todos os continentes, abrangendo mais de 1 milhão de cientistas. Quando olhamos para os profissionais brasileiros inseridos neste ranking, são 39.066 estudiosos, divididos entre 556 universidades em todo território nacional.

Com a crescente instalação de parques tecnológicos e um projeto de iniciação científica bem arquitetado, a tendência é que este número cresça e a 20ª posição do Brasil na classificação mundial de países suba nos próximos anos.

Este otimismo é determinado pela quantidade de cursos direcionados a crianças e jovens em ambientes inspiradores, além dos incentivos com transmissão de tecnologias e suporte técnico para que empreendedores superem as barreiras do desconhecimento científico para criarem soluções inovadoras e que representam, inclusive, um crescimento em rentabilidade.

Retomando dados do relatório do Ministério de Ciência e Tecnologia, há uma estimativa de que em 2019, cerca de 2.040 empresas vinculadas aos 55 parques tecnológicos geraram um faturamento de R$ 3,76 bilhões e foram responsáveis pelo pagamento de R$ 193,6 milhões em impostos, além de empregarem mais de 43 mil pessoas.

Com isso, concluo que a iniciação científica estimulada pelos parques tecnológicos brasileiros, aliados a um incentivo por mais profissionais que se dediquem a estudos acadêmicos focados em melhorias para a sociedade, com foco na ciência, são benéficos financeiramente para o país e reforçam ainda mais que este ciclo abra oportunidade para novos espaços que concentrem universidades, pesquisadores, empreendedores e startups.

(*) – É gerente de Educação e Pesquisa do Biopark Educação (https://bpkedu.com.br/).