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Como o abastecimento digital beneficia o foodservice

em Artigos
terça-feira, 06 de dezembro de 2022

Luis Henrique Stockler (*)

O abastecimento digital é um recurso que agrega valor aos produtos e serviços por acelerar processos, economizar recursos e possibilitar o ganho de escala.

Conceitualmente, a cadeia logística é uma central operacional da empresa, a qual compreende movimentação, armazenamento, transporte e entrega, cuja função principal está atrelada à garantia de que produtos e serviços passem pelas etapas necessárias dentro da organização até chegar ao cliente no prazo e em condições ideais de uso.

No que diz respeito ao abastecimento, a logística se responsabiliza pela aquisição de materiais, peças e insumos necessários para a atividade fim de uma empresa, convertendo a facilitação do planejamento de compras, aumento da produtividade, redução de custos e melhora da reputação da marca como seus principais benefícios.

Especificamente no foodservice, quando bem contratada e gerenciada, significa menor ruptura e maior controle no abastecimento de insumos a uma rede de FS, aliada à possibilidade de ampliar a expansão de suas unidades com simetria no mix de produtos, além de viabilizar o controle de qualidade dos insumos, visto que a operação passa a depender menos do abastecimento local – cujas especificações e qualidade, muitas vezes, torna difícil o controle à distância.

O benefício imediato relaciona-se à uniformidade de insumos e, consequentemente, à uniformidade do produto para seu consumidor, refletindo diretamente na imagem da marca, além da viabilidade do controle do custo de aquisição de mercadorias – o famoso CMV (custo da mercadoria vendida). Neste sentido, o abastecimento digital – antes acessível apenas para grandes redes do setor – é um recurso que potencializa esses benefícios por possibilitar o ganho de escala, além de gerar dados importantes para análise e gestão.

É por meio do abastecimento digital que a empresa consegue incluir todas as áreas envolvidas no processo de compra, reduzir erros ao longo do processo, melhorar o controle das operações de separação e logística, além de gerar um compilado de informações através de sua integração, questões fundamentais para a inteligência (BI) de todo o negócio.

Vale pontuar que o sucesso da inclusão digital no foodservice depende muito do operador; no caso de redes estruturadas (como as franquias), depende também do empenho da atuação do franqueador, que deve desenvolver constantemente os cardápios de suas marcas, especificando os insumos a serem comprados por meio da plataforma de abastecimento, assim como sempre buscar e oferecer uma ou mais opções de compra e fornecedores com alternativa economicamente viável.

Tudo isso para garantir a manutenção do CMV e da imagem da rede. Também faz parte da missão dos franqueadores incentivar, treinar e vistoriar sua rede com o objetivo de controlar tanto a entrega final dos produtos e serviços por seu franqueado ao consumidor final, como preservar a saúde financeira e econômica destes.

Propício para o avanço de tecnologias que seguem oferecendo melhorias para o setor, o foodservice já conta com serviços inovadores de abastecimento em três temperaturas (seco, congelado e super congelado), o que permite às redes repor estoque de todo e qualquer insumo que não dependa de fornecimento regional.

Como é o caso das FLV (frutas, legumes e verduras) e do açaí, por exemplo, que demandam logísticas específicas para manter a qualidade e o sabor até o local de destino.

(*) – Graduado em administração pela FGV, com pós em Marketing pela ESP, com MBAs de Gestão Estratégica no ITA, é professor na ESPM e na FIA/PROVAR, bem como é É CCO da 6place (https://6place.com.br/).