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Como a tecnologia pode revolucionar o trabalho das grandes marcas

em Artigos
quinta-feira, 09 de junho de 2022

Cesar Sponchiado (*)

O NFT deixou de ser tendência para se tornar definitivo.

Tanto que as suas vendas atingiram US$ 17,6 bilhões em 2021, o que significa um aumento de 21.000% em relação ao ano anterior, que fechou em US$ 82 milhões, segundo relatório da plataforma NFT Nonfungible.com, elaborado em parceria com a L’Atelier.

Para quem ainda está se familiarizando, a sigla NFT vem de “non-fungible token”, ou “token não fungível”. Ele possui a mesma base tecnológica que permitiu a criação do bitcoin e das criptomoedas, mas aplicado de forma diferente. Ele permite o desenvolvimento de uma sequência única que não pode ser alterada ou substituída, concedendo a desejada exclusividade e autenticidade ao mundo digital, seja em forma de arte, produtos ou uma propriedade digital de um item físico.

Ou seja, por ser uma tecnologia baseada em blockchain, o NFT abre a possibilidade de desenvolvimento de produtos digitais únicos, com alto valor agregado, e de qualquer tipo: seja no ambiente musical, na arte, moda, realidade virtual, áudio, video games online, entre outros. Ampliando infinitamente a janela de possibilidades – e lucro – das grandes marcas.

Com essa nova forma de distribuição de ativos, as empresas podem, por exemplo, criar complementos de ofertas físicas, desenvolver premiação para consumidores, criar produtos digitais para gerar receita, ou apenas para fortalecer os laços com os consumidores e/ou fãs embaixadores mais engajados. Grandes empresas já apostam nesse formato, como é o caso da Adidas, que lançou no final de 2021 a linha de NFTs chamada Into The Metaverse.

O ativo digital da Adidas Originals, co-criado em parceria com Bored Ape Yacht Club, Punks Comic e Gmoney, alcançou a segunda colocação no ranking de negociações na OpenSea no primeiro final de semana de venda. Foram vendidas 20.000 cópias, das 30.000 produzidas para a 1° fase do projeto. Sendo mais de 15,5 milhões de dólares arrecadados durante o acesso antecipado do lançamento.

Já a NBA criou a NBA Top Shots e conseguiu simplificar o acesso dos fãs a essa nova tecnologia, aumentando o engajamento com o segundo esporte mais popular dos Estados Unidos. Dessa forma, já existem mais de 800 mil pessoas registradas na NBA Top Shot, gerando mais de 500 milhões de dólares em vendas. Existem muitos outros exemplos de trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelas marcas.

Por aqui, temos empresas brasileiras que começam a fazer parte desse universo, entre elas Havaianas, Pampili e Pantys. E com maestria, têm desenvolvido estratégias para trabalhar com o nascimento do ativo no mundo virtual (on), para depois chegar ao mundo real (off). O que mostra que existem milhares de maneiras pelas quais as marcas podem utilizar os NFTs ao seu favor.

E porque uma marca deve investir nesse mercado? Seja no mundo real ou no metaverso, estamos falando de pessoas, com necessidades e vontades. E as próximas gerações tendem a ser cada vez mais tecnológicas, ampliando o desejo por esse universo. Dessa forma, as empresas que se movimentarem primeiro manterão as suas marcas desejáveis.

Estamos apenas no começo dessa nova jornada digital, mas uma empresa inteligente busca por novas tecnologias, mantendo-se atualizada e imersa com o que está acontecendo no mundo, tornando-se pioneiro e relevante para o mercado em que atua, assim como para potenciais investidores. Para os consumidores, passa a ideia de modernidade, e vislumbre de ações diferenciadas, valor agregado e benefícios exclusivos.

E não preciso nem dizer o quanto isso vai contribuir para o aumento do reconhecimento de marca. Sem falar na possibilidade de ultrapassar fronteiras e alcançar novos públicos. E tudo isso somado a criação de novos relacionamentos, seja com pessoas ou com uma comunidade.

(*) – É Founder e CEO da Tunad.