Carlos Campos (*)
Impulsionada pela conectividade e tecnologia IoT, a revolução da tecnologia móvel tem o potencial de causar disrupção nos modelos mais tradicionais de indústria – e é de fato o que já vem fazendo, agilizando setores e atividades e transformando a maneira como interagimos com o mundo. Nesse cenário, as startups dedicadas à mobilidade urbana têm oferecido soluções inovadoras a partir do uso dessas ferramentas.
De acordo com um estudo da Liga Ventures em parceria com o Sem Parar, existem atualmente 157 startups neste segmento no país, divididas em 10 categorias, como mobilidade elétrica (24,84%); inteligência de dados (12,74%); serviços de apoio (10,83%); coletivos (9,55%); e-sharing (8,92%); mobilidade corporativa (8,28%); e-hailing (7,01%); parking (7,01%); transportes alternativos (5,73%) e acessibilidade (5,10%).
As inovações trazidas por elas ajudam a enfrentar os problemas de deslocamentos nas cidades, permitindo uma interação mais dinâmica entre veículos, infraestrutura urbana e usuários. Com a IoT, veículos conectados, semáforos inteligentes e sensores integrados nas vias coletam dados em tempo real, que podem ser acessados por meio de plataformas e aplicativos sobre o tráfego, condições das estradas, rotas alternativas, condições meteorológicas, horários e até mesmo informações sobre a disponibilidade do transporte público.
Essa conectividade possibilita não apenas monitorar padrões de deslocamento, mas também gerenciar congestionamentos e coordenar o fluxo de veículos de maneira mais eficiente, o que resulta em trajetórias mais seguras e assertivas para os usuários, além de viabilizar à população maior controle sobre sua locomoção, permitindo que façam escolhas mais informadas, inteligentes e eficientes.
Outro ponto importante é que essas ferramentas ajudam as startups de mobilidade a desenvolver soluções voltadas à agenda de sustentabilidade. Há uma tendência para os próximos tempos de declínio da propriedade de carros, o que indica que o futuro envolve o compartilhamento de veículos elétricos não apenas como uma alternativa que ganha tempo e economiza dinheiro, mas também ajuda a preservar o meio ambiente.
Com menos carros nas ruas e aumento do uso dos elétricos, há diminuição da emissão de gases que poluem o ar e tornam os ambientes urbanos menos atraentes para a população. Nesse cenário, as aplicações de IoT desempenham um papel fundamental na oferta de soluções de mobilidade mais inteligentes e ecológicas.
Porém, mesmo com os avanços, crescimento e amadurecimento contínuo desse ecossistema, a mobilidade urbana ainda enfrenta diversos desafios. Os principais são relacionados à segurança e privacidade de dados, pois os dispositivos ficam mais vulneráveis a ataques, especialmente quando contêm dados críticos de negócios. Além disso, há obstáculos relativos aos padrões de interoperabilidade entre sistemas e a infraestrutura de conectividade.
Esses problemas precisam ser resolvidos o quanto antes e o uso de conectividade celular IoT é essencial para impulsionar essa transformação. Felizmente, já estão surgindo no mercado empresas que possuem redes celulares de última geração, com cobertura redundante e oferecem recursos avançados de segurança que as tornam muito mais bem equipadas para atender às novas demandas de IoT. Por exemplo, enquanto qualquer dispositivo pode aderir a uma rede WiFi, só é possível conectar-se a uma rede celular com um chip compatível, o que a transforma em uma excelente aliada na luta contra os crimes cibernéticos.
Portanto, o que podemos esperar de agora em diante é um futuro com deslocamentos mais eficientes, seguros e sustentáveis. A colaboração entre organizações, governos, startups e entidades reguladoras e o uso de conectividade específica para IoT são essenciais para impulsionar essa transformação, proporcionando soluções mais inteligentes e adaptáveis para as crescentes demandas de mobilidade nas cidades modernas.
(*) Diretor-geral da emnify no Brasil, provedora líder de conectividade celular IoT no mundo e referência global em tecnologia e inovação para telecomunicações