Recuperar 1,02 milhão de hectares de área desmatada usando modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs) pode gerar R$ 260 bilhões de receita líquida, remover 482,8 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera e produzir 156 milhões de toneladas de alimentos para o país. Os números são do estudo inédito do Instituto Escolhas, que revelou os benefícios que podem advir da recuperação de 12 milhões de hectares de florestas até 2030, meta assumida pelo Brasil no Acordo de Paris. Em novo recorte do estudo, a organização mostra o potencial que reside na recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) desmatadas e localizadas em pequenas propriedades.
“Os dados reforçam que é fundamental direcionar recursos para a recuperação de florestas também nas pequenas propriedades, especialmente aquelas da agricultura familiar, que são, historicamente, importantes na produção e na diversificação dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros”, afirma Patricia Pinheiro, gerente de projetos do Escolhas.
Segundo ela, nesse caso, a opção pelos SAFs como método de recuperação florestal deu-se pelas vantagens imediatas para os agricultores familiares. “Os SAFs permitem o retorno do investimento em curto prazo, graças as culturas agrícolas de ciclo rápido, e, ao mesmo tempo, asseguram a renda em longo prazo, graças ao cultivo de espécies perenes”, explica Pinheiro.
Os Sistemas Agroflorestais se caracterizam pelo plantio consorciado de plantas arbóreas nativas, frutíferas e/ou madeireira e de cultivos agrícolas de maneira simultânea ou sequencial. Alguns SAFs incluem a criação de animais.