O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, disse ontem (10), em Brasília, que o órgão como meta concluir até o fim deste ano as investigações de todos os inquéritos criminais que tramitam no STF, incluindo os da Operação Lava Jato.
Informou ter efetivado o aumento de nove para 17 no número de delegados dedicados exclusivamente a cerca de 200 investigações policiais que tramitam no Supremo. E que foi dobrada a equipe de peritos, de modo a destravar os inquéritos que aguardam laudos.
“A ambição é humana”, afirmou Segovia ao ser questionado se a meta seria mesmo factível. “É uma meta que a ministra Cármen Lúcia [presidente do STF] também quer, a doutora Raquel Dodge [procuradora-geral da República] também está imbuída desse propósito, e acho que o país merece ter uma resposta quanto a essas investigações”, acrescentou.
As declarações do diretor-geral da PF foram dadas após uma reunião de quase 1h30 no gabinete de Cármen Lúcia, na manhã de ontem (10). Ao ser perguntado se a conclusão dos inquéritos inclui também as investigações contra o presidente Temer, Segovia disse que sim. “Foram enviadas as perguntas ao presidente Temer, a gente aguarda a resposta dessas perguntas para que seja tomado um novo passo na investigação”, disse, referindo-se a um dos inquéritos que tem o presidente como alvo.
Todas as investigações criminais conduzidas pela PF que tramitam no STF envolvem a suspeita de políticos com foro privilegiado na Corte, entre parlamentares, ministros de Estado e o presidente da República. De acordo com o mais recente balanço divulgado em dezembro pelo gabinete do ministro Edson Fachin, tramitam no STF atualmente 140 inquéritos resultantes de investigações da operação. Desses, 73 foram redistribuídos para outros ministros por não estarem diretamente relacionadas a desvios na Petrobras (ABr).