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Autoatendimento: as máquinas também resolvem problemas

em Artigos
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Renan Vazquez (*)

O mundo está cada dia mais tecnológico e conectado. As pessoas se comunicam mais por aplicativos de mensagem do que pessoalmente e as ligações tornaram-se a funcionalidade menos importante dos celulares.

A forma de atendimento aos consumidores também passou por transformações. Os SACs contam com unidades de atendimento audível (URA) e falar com um ser humano é sempre uma das últimas opções. Hoje também realiza-se o atendimento pelos sites das companhias e pelas mídias sociais, que contam com os bots para conversar com as pessoas por chat, por exemplo. Mas como as pessoas se sentem sendo atendidas por máquinas?

Primeiro é importante diferenciar os tipos de autoatendimento, que pode ser total, como o que acontece nos caixas eletrônicos e nos portais de e-commerce; o direcional, que são a URAs indicando “aperte 1 para novos serviços, 2 para reclamações, 3 para cancelamento…”; e o parcial, como as máquinas que mostram os preços dos produtos em supermercados, mas a compra é efetuada por um vendedor.

As pessoas estão acostumadas com o autoatendimento. Quem nunca colocou créditos no celular por meio de mensagens ou comprou ingressos para um show direto no site da casa de espetáculos. A questão é que independente do meio, todos querem ser bem atendidos.

O que se pode perceber é que existe um preconceito quando fala-se em autoatendimento por telefone – como os SACs. E isso acontece porque na maior parte das vezes quando se procura este tipo de contato é porque existe um problema e há demora em solucionar a questão. O cliente vai passando de atendimento para atendimento, a ligação cai e a empresa não retorna, conforme o prometido.

São diversos fatores que causam a impressão de que o autoatendimento é ruim – e poderiam ser incluídos aqui diversos dados de pesquisas que comprovam esta percepção. Contudo, já existem exemplos de autoatendimento em supermercados, farmácias e fast foods. E com a mudança de comportamento da sociedade, as pessoas estão dispostas a testar e adotar inovações. Basta que haja qualidade e eficácia.

Tanto que um levantamento da Gartner aponta que, em 2021, mais de metade das organizações gastará mais por ano em criações de Bots e Chatbots do que com os desenvolvimentos de aplicativos tradicionais para dispositivos móveis. Ou seja, o ser humano estará interagindo/ conversando mais com as máquinas. A preocupação com a qualidade deve se dar em todas as frentes.

Por que as pessoas não reclamam do autoatendimento nos caixas eletrônicos dos bancos? Por que funciona. Faz o que se propõe a fazer e é assim que deve ser. Se o SAC é para resolver os problemas do consumidor é isso que deve ser feito. Certamente, com um atendimento de qualidade, seja pela URA ou pelo ser humano, o cliente não terá motivos para reclamar.

A questão não é que o consumidor tem resistência ao autoatendimento, mas sim que a experiência em alguns setores nem sempre é satisfatória. E vale lembrar também que o comportamento do consumidor mudou. Hoje busca-se referências sobre a empresa e o produto na internet e com pessoas próximas.

É importante ter preocupação com a reputação e a visibilidade da companhia para manter a base e conquistar novos clientes.

(*) – É arquiteto de Sistemas da Indigosoft – startup que oferece soluções de automação digital, focadas em simplificar o trabalho diário de empresas de todos os segmentos, além de consultoria (www.indigosoft.tech).