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Temer: cultura política se acostumou a situações de déficit

em Manchete
segunda-feira, 08 de maio de 2017
Andressa Anholete/AFP

Andressa Anholete/AFP

Às vésperas de completar um ano no cargo, Temer tenta popularizar imagem.

O presidente Michel Temer disse ontem (8) que a cultura política brasileira está acostumada a situações de déficit, e que isso precisa ser mudado, inclusive a ponto de a sociedade se incomodar quando o Estado gasta mais do que arrecada.“Tivemos ano passado déficit de R$ 170 bilhões. Hoje temos um deficit de R$ 139 bilhões. Na cultura política nacional, se acostumaram a bilhões de déficit como se fosse a coisa mais natural do mundo”, por ocasião da cerimônia de abertura do 3º Encontro Nacional de Chefes de Agências do IBGE.
Temer lembrou que logo no início de seu governo, foi dada “plena transparência às contas públicas, sem malabarismos contábeis”. “Constatamos um déficit brutal a ser corrigido. Por isso fizemos uma emenda constitucional estabelecedora do teto para os gastos públicos. Nós fizemos por um período de 20 anos, revisável este teto somente após 10 anos”, disse ele.
“Não se combate déficit com um ou dois exercícios. É preciso muitos exercícios financeiros. Quem sabe em dez anos possamos fazer uma revisão em que só se gasta aquilo que se arrecada. Por isso que o prazo há de ser longo”, acrescentou. Temer disse que o déficit fiscal dos estados prejudica a vida de muitos trabalhadores e citou, como exemplo, a foto de uma pensionista em frente à Assemblea Legislativa do Rio de Janeiro.
O 3º Encontro Nacional de Chefes de Agências do IBGE tem como finalidade discutir os preparativos para o Censo Agropecuário 2017. A coleta do Censo Agro começa em 1º de outubro. “O IBGE é o grande suportador da necessidade da reforma previdenciária. Sem ele, dificilmente será comprovavel essa necessidade”, disse o presidente, acrescentando
que muitas das políticas adotadas pelo governo e pelo Congresso Nacional têm como base os levantamentos de dados do IBGE (ABr).