País sofre confusão entre contratos de obras e de concessãoAo participar ontem (20) da abertura de um seminário na FGV, no Rio, o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos do Governo Federal, Moreira Franco, afirmou que o país tem sofrido as consequências de uma “confusão” entre contratos de obras e contratos de concessão. Empresas do setor de construção têm assumido concessões de serviços públicos para executar as obras que esses contratos preveem, quando o funcionamento poderia ser o inverso: concessionários assumirem os contratos e, caso seja necessário aprimorar o serviço, contratar empreiteiras para executar as obras. “Lamentavelmente, na grande maioria das concessões que temos, elas se fazem motivadas por empresas de obras, empreiteiras, que querem fazer a obra e, como consequência, prestar o serviço. E não o contrário: prestar o serviço, e para ter uma qualidade boa, se ver obrigada a contratar obras”, disse. Na sua opinião, essa inversão causa uma série de prejuízos, que vão do setor privado às agência reguladoras, que se desviam do papel de examinar o cumprimento de contratos de concessão. “Isso degrada não só a atitude do setor público, mas também as expectativas do setor privado, e faz uma confusão no papel institucional das agências reguladoras”, afirmou Moreira Franco. Segurança Jurídica e Governança na Contratação de Obras Públicas foi o tema em debate ontem na FGV. O seminário contou com a participação de empresários, pesquisadores e representantes do governo. Para o vice-presidente da FGV, Sergio Quintella, as grandes obras públicas devem seguir um padrão de engenharia, com projeto básico bem feito, projeto executivo claro e transparente e outras etapas bem definidas, para que se evite o aumento do custo no decorrer dos projetos. “O sistema de governança que vamos discutir deve apoiar-se em uma lógica, em um processo de contratação que é parte da governança. Se isso for feito, o Brasil vai voltar a ter obras realizadas de maneira econômica (ABr). Supersimples e Ciência sem Fronteiras estão na pauta do SenadoO Plenário do Senado deve aprovar hoje (21) o projeto que amplia o alcance e atualiza as regras do Simples Nacional. Esse regime tributário, também conhecido como Supersimples, foi criado em 2006 para reduzir impostos e simplificar a burocracia no pagamento de contribuições de micro, pequenas e médias empresas. A colocação da matéria em pauta foi precedida por uma ampla negociação dos senadores com os governadores dos estados, preocupados com a perda de receita. Ao apresentar seu substitutivo ao projeto do ex-deputado Barbosa Neto a relatora Marta Suplicy (PMDB-SP) disse que o objetivo é o de fazer mais empresas aderirem ao Simples e, consequentemente, gerar mais empregos. Entre as mudanças está a elevação de R$ 3,6 milhões para R$ 4,8 milhões do teto da empresa de pequeno porte a ser incluída no programa. O projeto também eleva o limite de receita bruta anual para o enquadramento como microempreendedor individual, que deverá passar dos atuais R$ 60 mil para R$ 72 mil. Também deve ser aprovado pelos senadores o projeto que institui em definitivo o Programa Ciência sem Fronteiras. Criado em 2011, o programa é regulamentado pelo Decreto 7.642/2011, mas a Comissão de Ciência e Tecnologia propõe que o programa passe a ser regulamentado por lei. No regime jurídico brasileiro, uma lei tem mais força do que um decreto. O Ciência sem Fronteiras tem por objetivo incentivar a formação acadêmica no exterior. Os alunos brasileiros recebem ajuda financeira para estudar em universidades de outros países (Ag.Senado). Nomeado novo secretário de Segurança PúblicaO Diário Oficial da União de ontem (20) publicou as nomeações de Celso Periole para o cargo de secretário Nacional de Segurança Pública; e de Roseana Raquel de Freitas Estrela para a Secretaria Especial dos Direitos das Pessoas com Deficiência. As portarias foram assinadas, respectivamente, pelo ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha e pelo presidente interino Michel Temer. Perito criminal de classe especial, Periole exerceu cargos como o de superintendente da Polícia Técnico-Científica do Estado de São Paulo, e de presidente do Conselho dos Dirigentes dos Órgãos Periciais do Brasil. Na vida acadêmica, atuou como professor da Academia de Polícia Civil de São Paulo e foi professor convidado do Instituto Oscar Freire, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Foi também instrutor internacional de investigação em local de crime do United States Instructor Team, em Orlando (EUA). Já Roseane Cavalcante de Freitas Estrela estava lotada no governo de Alagoas, onde exercia o cargo de Secretária da Mulher e dos Direitos Humanos. | Aprovado incentivo à pimenta-do-reino de qualidadeA Comissão de Agricultura da Câmara aprovou proposta que institui uma política nacional de incentivo à produção de pimenta-do-reino de qualidade, com o objetivo de elevar o padrão brasileiro. A nova política está prevista no projeto do deputado Evair de Melo (PV-ES), e recebeu parecer pela aprovação do relator, deputado Josué Bengtson (PTB-PA), ao lembrar que a produção da pimenta-do-reino no Brasil tem potencial para crescimento. Dados do Ministério da Agricultura, citados pelo relator indicam que o valor bruto de produção da pimenta-do-reino cresceu 48,3% em 2015, na comparação com o ano anterior, superando a marca de R$ 1 bilhão. “Ao adotar uma política específica de incentivo aos meios de produção com uniformização dos processos produtivos, criação de certificações de origem, instituição de selo de qualidade, possibilitaremos que nossa pimenta-do-reino tenha uma maior aceitação no mercado internacional e um maior valor agregado, resultando em mais emprego e renda para os produtores”, observou Bengtson. O projeto considera de qualidade a pimenta-do-reino classificada como de alto padrão por suas características físicas, químicas e sensoriais, de acordo com processos de análise e certificação reconhecidos pelo Poder Público. Josué Bengtson destacou ainda a preocupação social incluída no projeto. Isso porque a proposta estabelece prioridade nas linhas de crédito para os agricultores familiares e os pequenos e médios produtores rurais; os capacitados para a produção de pimenta-do-reino de qualidade; e os organizados em associações, cooperativas ou arranjos produtivos locais que agreguem valor à pimenta-do-reino, como os que produzem sem agrotóxicos. O projeto tramita em caráter conclusivo e ainda será analisado pelas Comissão de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). Desoneração para quem fabricar pneu com borracha naturalA Comissão de Finanças e Tributação da Câmara aprovou proposta que desonera das contribuições de PIS/Pasep e da Cofins os fabricantes de pneus da Zona Franca de Manaus que utilizam borracha natural obtida por extrativismo não madeireiro Gualberto: proposta beneficia atividades de extrativismo não madeireiro na região Norte e aumenta os níveis de empregabilidade e renda das populações seringueiras Para compensar a renúncia fiscal, a proposta altera as alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins incidentes sobre o setor de fabricação de pneus e câmaras de ar, que passariam, respectivamente, de 2% para 2,09% e de 9,5% para 9,94% . O texto aprovado é um substitutivo do relator, deputado João Gualberto (PSDB-BA), ao projeto do deputado Pauderney Avelino (DEM-AM). O objetivo da proposta é incentivar a produção de borracha natural, de forma ecologicamente correta e socialmente justa, a partir das seringueiras na Amazônia. Originalmente, o projeto não estimava a perda de arrecadação, que seria de R$ 36 milhões em 2016, segundo cálculos da Secretaria da Receita. “A iniciativa contribui positivamente para a promoção das atividades de extrativismo não madeireiro na região Norte e para o aumento da empregabilidade e da renda das populações seringueiras”, avaliou João Gualberto. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado ainda pela Comissão de Constituição e Justiça (Ag.Câmara). Proteção ao idoso poderá ser regulada por estadosEstá na puta da Comissão de Constituição e Justiça do Senado a proposta do senador Wellington Fagundes (PR-MT), que inclui a proteção ao idoso no rol de matérias de competência concorrente, o que permite que todos os entes federativos possam legislar sobre determinado tema. “Objetivamos , com a aprovação desta proposta, e reconhecendo a crescente importância que esse tema merece, que todo e qualquer assunto referente ao idoso possa ser tratado pela União, em abito nacional, e pelos estados, residualmente”, explicaou Wellington na justificação. A iniciativa recebeu parecer favorável do relator, seador Paulo Paim (PT-RS). “O aumento da população de idosos é um fenômeno global, mas a proteção desse sefgmento no Brasil ainda está em seus primeiros passos. O Esatuto do Idoso é abrangente, mas precisamos ir além”, considerou Paim (Ag.Senado). |