O vice-presidente Michel Temer garantiu a empresários que não haverá qualquer operação “abafa” da Lava Jato, caso ele assuma a Presidência da República após eventual afastamento de Dilma Rousseff, relatou Rodrigo Rocha Loures, presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade da Fiesp.
Loures participou de almoço a porta fechadas de Temer com conselheiros do Iedi, que durou cerca de duas horas ontem (31).
“Ele (Temer) falou que estava sendo noticiado que haveria um jogo de abafa caso ele viesse a assumir a Presidência, o PMDB viesse a ficar responsável pelo governo do País. Ele afirmou que isso, em absoluto, não vai acontecer porque ele é um constitucionalista, ele respeita as instituições e ele sabe que esse é um processo que ocorre na esfera do poder Judiciário e que ele será o primeiro a respeitar a autonomia desse programa (a Lava Jato). Isso repercutiu muito bem no meio dos empresários” afirmou Loures, que disse haver uma preocupação entre o empresariado para que a institucionalidade brasileira seja recuperada no processo de combate à corrupção.
Loures disse que Temer não fez qualquer referência aos quadros do PMDB que são investigados na Lava Jato – entre eles Eduardo Cunha e Renan Calheiros. “Não, isso não”, respondeu. “Ele só disse que, enquanto vice-presidente e caso venha a ser presidente, ele vai respeitar a autonomia e a dinâmica da Lava Jato. Ele disse também que quando foi constituinte, foi um dos protagonistas dos artigos na Constituição que valorizaram o empoderamento do Ministério Público e as autonomias, então entende que, no regime democrático deve haver equilíbrio dos diversos poderes e que o Executivo deve permitir que o Judiciário funcione” (AE).