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Mercado de vinhos nacionais impulsiona vinícolas boutique

em Destaques
domingo, 09 de abril de 2023

Em um mercado consumidor com apetite crescente por vinhos, virou mania degustar rótulos exclusivos, impulsionando o chamado “garimpo” da bebida. Para se ter uma ideia, em fevereiro de 2022, os vinhos finos chegaram a 1,2 milhão de litros no Brasil, uma marca 34,39% maior do que em fevereiro de 2021, segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra). Mas qual o potencial desse mercado, um dos que mais crescem no país?

Além da descoberta da vontade de beber um produto nacional, o que vem marcando presença no comércio de vinhos é o gosto específico por descobrir raridades da viticultura. Por isso, o trabalho de lojas no garimpo da bebida é essencial para a ativação de uma cadeia comercial que evidencia pequenos produtores Brasil afora.

Quando falamos em “pequenos”, isso não se refere necessariamente ao volume de vendas, e sim ao contexto das “vinícolas boutiques”, que produzem pequenos lotes para um seleto grupo de consumidores. Esse é o caso do produtor André Tonet, proprietário da Cave de Angelina, linha de vinhos finos e de espumantes, localizada em Nova Pádua (RS). O negócio com a vindima e a vinícola leva o nome da avó de André, que começou a produzir vinhos, e passou a técnica ao filho, Osvaldo Tonet.
No caso de André, a abertura da vinícola é relativamente recente. O produtor conta que trabalhava com consultoria em vinhos e decidiu ir para a produção em 2019. Ao ser descoberto pela maior loja de rótulos brasileiros no país, a Vinhos Nacionais, ele entrou em um circuito distinto de vendas.

“Começamos a parceria há quatro anos, com os vinhos tintos, trabalhando só com rótulos exclusivos, numa produção pequena: no ano passado, produzimos 13 mil garrafas, entre espumantes e vinhos. Nosso objetivo é chegar a uma produção terroir robusta, que expresse a nossa região”, conta Tonet. A parceria com a loja Vinhos Nacionais e seu clube de assinantes agregou, principalmente, visibilidade a uma produção pequena.

Foi por meio do Clube de Assinatura Vinhos Nacionais que os produtos da Cave de Angelina começaram a circular em todo o Brasil. “O clube alcança todos os estados, e assim temos acesso ao cliente seleto que queremos: alguém que preza, acima de tudo, por um produto único, e temos observado um crescimento ano a ano. É muito satisfatório receber em nossa sede clientes de todo o país que se encantaram com nossos vinhos”, comemora Tonet.

Entre os destaques da vinícola está o tipo Chardonnay, cuja produção do vinho Domans 1931 teve 30% do lote de 600 garrafas destinadas prioritariamente para a Vinhos Nacionais. A Cave de Angelina também pretende plantar as uvas Malbec e Tannat nos próximos anos, entre outras.

“Neste ano, vamos apostar no Cabernet Franc, por acreditarmos na variedade, que pode render ótimos rótulos. Na nossa região, essa uva tem uma história bonita desde os anos 1950, com uma variedade que tem tudo para entrar para a DO – Denominação de Origem dos Altos Montes, um certificado que leva 10 anos para ser obtido, por ser muito criterioso”, projeta. Para empresário que atua na venda dos vinhos, qualidade é requisito básico

Leonardo Curra, CEO da Vinhos Nacionais, destaca a alta qualidade do vinho Chardonnay Domans 1931, cujo lote exclusivo teve todas as vendas esgotadas. “A história da Cave de Angelina é bem surpreendente, pois o André era enólogo e, quando montou o projeto da vinícola, o incluímos em nosso radar. Contávamos com um produto peculiar, ao estilo do que a Vinhos Nacionais comercializa”, explica, referindo que o Domans é um vinho mais gastronômico, com passagem por madeira, que foi um sucesso no clube.

Diante do negócio competitivo, as próprias vinícolas procuram a marca Vinhos Nacionais para serem incorporadas ao portfólio da loja ou do clube. “Trabalhar com vinhos brasileiros se tornou um diferencial, tendo como prioridade a categoria do vinho e, por isso, somos visados por produtores em uma escala considerável”, comenta.

Para entrar na seleção da Vinhos Nacionais, os produtores podem enviar amostras e, caso sejam escolhidos, integrarão a adega. “Essa escolha é feita por mim e o César Curra, também sommelier, e a partir daí os encaixamos em um dos planos do clube. Mas é fundamental que tenha qualidade e exclusividade”, finaliza. – Fonte e outras informações: (www.vinhosnacionais.com.br).