Alexa é um assistente de voz fornecido pela Amazon – esse tipo de equipamento pode ser definido como um dispositivo que aciona aplicativos através de comandos dados verbalmente pelo usuário; são exemplos desses comandos o acionamento de climatização e iluminação domésticas, realização de pesquisas no Google etc. Comandado por Alexa, opera um alto-falante chamado Echo, que responde ao usuário.
Vivaldo José Breternitz (*)
Em breve, Alexa deverá ser o primeiro assistente de voz a operar no espaço: no final deste ano será lançada a primeira missão do Artemis, um programa de voos espaciais tripulados desenvolvido pela NASA em parceria com empresas privadas e que tem como objetivo levar a primeira mulher e um homem à Lua em 2025.
Essa primeira missão não será tripulada, mas está sendo planejada uma “experiência de tripulação virtual” no Centro Espacial Johnson da NASA, de forma a que estudantes, convidados e pessoas ligadas ao controle da missão, simulem comandos e conversas envolvendo astronautas e Alexa.
Evidentemente a Alexa e o Echo que serão utilizados na missão são muito mais sofisticados que os de uso doméstico. Alexa terá acesso aos dados de telemetria da espaçonave, responderá a perguntas relacionadas à missão e controlará dispositivos como a iluminação da cabine.
A Amazon aprimorou seus algoritmos para considerar a acústica da nave e o sistema será conectado à Deep Space Network, uma rede internacional de antenas que tem a função de viabilizar comunicações e monitoramento das diversas naves que estão no espaço.
A Amazon usará as lições aprendidas durante essa primeira missão tanto para melhorar o Alexa para missões futuras quanto para usuários comuns, os quais terão desde já acesso à telemetria, imagens, vídeos (incluindo a transmissão ao vivo de lançamento) da primeira Artemis, bem como notificações acerca de marcos importantes da missão.
A NASA e a Amazon esperam também motivar estudantes para carreiras ligadas à indústria espacial, permitindo também tours digitais pelo Johnson Space Center e disponibilizando um currículo STEM (science, technology, engineering e mathematics) criado com a ajuda da National Science Teaching Association.
São novas ferramentas aplicáveis à educação, que talvez um dia possam chegar a um número grande de escolas e estudantes brasileiros.
(*) É Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor de empresas.