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Amazon proíbe celulares em seus armazéns

em Tecnologia
terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Apesar da aura de modernidade com que procuram se revestir, algumas empresas tratam seus funcionários de forma que lembra os primórdios da Revolução Industrial, quando os que trabalhavam em fábricas e escritórios eram pouco mais do que escravos.

Vivaldo José Breternitz (*)

O assunto volta à pauta depois que um armazém da Amazon em Illinois desabou ao ser atingido por um tornado na semana passada, matando pelo menos seis pessoas. Agora, a gigante do varejo está sendo criticada por não permitir que seus empregados carreguem seus telefones celulares no interior dos armazéns, impedindo-os de receber avisos meteorológicos e, eventualmente, pedirem socorro em casos de catástrofe.

A Amazon está restabelecendo sua antiga política de proibição de celulares em seus depósitos, após flexibilizar a proibição durante a pandemia. Agora, os empregados são obrigados a deixar os telefones em seus armários e a passar por detectores de metal que checam se a proibição foi acatada.

A obsessão da empresa com a produtividade, causa da proibição, tem um custo enorme para sua força de trabalho: seus trabalhadores sofrem acidentes com mais frequência e gravidade do que os de empresas similares, sendo a taxa de acidentes graves quase 80% mais alta.

O desabamento em Illinois não é o primeiro a causar vítimas entre pessoas que trabalham para a Amazon; em 2018, em evento similar, dois trabalhadores morreram em um armazém da empresa em Baltimore.

Mais uma vez adotando uma postura condenável, a empresa referiu-se ao evento de forma protocolar, lamentando o ocorrido e não fazendo qualquer referência à proibição de telefones em seus armazéns.

(*) Vivaldo José Breternitz, Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é consultor de empresas.