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Percepção de valor: será que o cliente sabe exatamente o que quer?

em Destaques
sexta-feira, 03 de setembro de 2021

Fábio Lima (*)

Quanto vale a satisfação de um sonho realizado, uma experiência bem vivida, ou a cura de uma dor física ou emocional. Quanto vale a paz e tranquilidade, mais tempo na agenda, sorriso dos filhos, abraço do cônjuge? E quanto vale um corpo saudável, uma pele bonita, uma maquiagem bem-feita um ótimo corte de cabelo?

Relação de preço e valor estão cada vez mais em pauta principalmente nas questões relacionadas a precificação de serviços e produtos. Saber diferencias de mercado e ter destaque que verdadeiramente traga boas experiências e mudanças ou transformações a vida das pessoas, muitas vezes tem valor intrínseco incalculável para quem recebe.

Não é novidade que grandes empresas focam em entender o que é que o cliente valoriza em cada momento e situação, entender a percepção de valor do cliente para produtos e serviços é o diferencial para empresas que se antecipam e atendem esta necessidade dos clientes ou ainda, as que criam as necessidades e já entregam a solução para a necessidade, caso dos serviços e produtos “disruptivos” pós 2008.

Como UBER, Netflix, Airbnb que tiveram boom e outros tantos negócios, plataformas e ecossistemas que surgem para atender a uma demanda cada vez mais volátil do cliente e até contribuíram com esta mudança continua de “gostos” e necessidades. Identificar o que o cliente quer, pra que ele quer, é um grande desafio, que muitos empresários não conseguem superar, pois a grande maioria dos clientes sequer sabe o que quer e pra que quer, por isso a avalanche de informações persuasivas para criar valor em algo muitas vezes não percebido como valoroso.

Entender e viver experiência do cliente passou novamente a ser foco das empresas, como aquelas ondas que vão e voltam, porém que é adepto de Lean jamais deixou de olhar clientes com carinho, internos e externos, maximizando valor para o cliente com menos recurso possível. Algumas abordagens até ajudam a pressupor a existência de valor intrínseco como saber quanto vale a cura de uma doença grave (em momento de pandemia fica perceptível e evidente o valor quase imensurável da saúde).

E saber que esta doente quanto vale? Se a pessoa nem sabe que esta doente ou o que esta doença causa estresse, ansiedade, e demais distúrbios que se alojam e apoderam do dia a dia das pessoas, quando percebidos como sendo ofensores de saúde, vida e resultados das pessoas, dai talvez o caro fique menos caro na percepção, porém a prevenção ou tratamento precoce ainda é mais barato por permitir uma reversão do quadro, o que um diagnostico tardio além de caro, por muitas vezes não consegue reverter os danos causados.

Mesmo raciocínio para negócios, relacionamentos, investimentos, prevenção, antecipação e ajuda profissional são descartadas, até que algo muito grave ocorra.
A restauração de relacionamento, a recuperação de carinho e atenção do cônjuge ou dos filhos, a estruturação de uma empresa e negócio, o alívio de uma autocrítica ou autoconfiança, aumento de autoconfiança ou mesmo uma mentalidade de liderança e produtividade que multipliquem os resultados pessoais e profissionais de forma exponencial são itens valorizados, muitas vezes quando perdidos.

E aquela sensação de exclusividade ou mesmo de missão cumprida? O sorriso, o beijo ou abraço da pessoa amada. Ou mesmo a possibilidade de fazer algo mais rápido e evitar retrabalho ou salvar tempo por não ter que fazer algo que não é especialista? Todas estas percepções de valor demandam entendimento e aplicação de habilidades relacionais, entendimento de necessidades humanas e adequação e posicionamento de cada produto ou serviço a cada nível de necessidade.

Pode até usar a velha e atual escala da pirâmide de Maslow para identificar que tipo de dor e necessidade o produto ou serviço oferecidos estão se propondo a atender e até ajustar a estratégia de comunicação e atendimento.
O bom e velho questionário ainda é usado, porém com uso de redes e plataformas e tecnologia, esta pesquisa e percepção de comportamento pode ser feito em escalas e velocidades tremendas.

O que demanda muito sangue frio e foco dos empresários para que consigam atender e bem as necessidades que se propõem, trabalhando a flexibilidade porém planejando corretamente as ações para que não caiam na armadilha da síndrome do labrador, que a cada bolinha lançada corre louca e empolgadamente, porém só ter outra bola lançada para que o foco mude totalmente.

Posicionamento e estratégia empresarial com métricas e gestão, são e serão as ferramentas que empresários precisam dispor, com ajuda de consultores ou executivos que ajudem a atender e entender corretamente cliente e mercado.

(*) – É consultor empresarial, executivo de finanças, master coach e CEO da LCC – Light Consulting e Coach.