Meu nome é Pedro (*) e eu produzo podcasts para influenciadores, marcas, empresas e empreendedores. Ao longo dos últimos anos, vi o mercado brasileiro aquecer e o podcast virou o novo “queridinho “ de empresas, influenciadores e marcas que querem um contato direto com seus clientes, fãs e seguidores. A promessa do podcast é incrível, segundo a última pesquisa da abPod mais de 60% dos ouvintes de podcasts já compraram algum produto anunciado em podcast. Além disso, a possibilidade de estar em contato por horas diárias com quem você quer convencer a comprar algo é absolutamente tudo que um marketeiro poderia pedir. Porém, depois de 5 ou 6 episódios produzidos ou patrocinados o resultado não veio. O investimento precisa ser justificado e as contas não fecham. Porque isso acontece? O equívoco mais comum que observo é a suposição de marcas que seus clientes estão interessados em ouvir sobre a empresa, seus funcionários ou seus produtos. Eu entendo, a sua empresa é incrível, você tem fortes emoções por ela, é uma história de superação e tudo o que vocês fazem parece ser extremamente interessante. Mas pro seu cliente, provavelmente não é. Se você trabalha na Disney, provavelmente vão existir algumas pessoas que vão querer sim ouvir como é o dia a dia de um animador. Mas se a sua empresa não é a Disney, é muito improvável que o seu trabalho seja interessante o suficiente para captar ouvintes (e futuros clientes).
Outro equívoco comum é esperar resultados que possam ser 100% calculados e metrificados como um ad do Google. Um podcast não é um ad, a conversão não é medida por meio de cliques no link da descrição. O podcast faz parte da estratégia de conteúdo, que é marketing de branding, não do marketing direto de performance. É como se fosse um outdoor, ou um comercial na TV. Os números mais importantes de um podcast são aqueles que você percebe em suas vendas após seis meses de ações consistentes.
Mas então, o que é que se faz? Em primeiro lugar, identifique se faz sentido a sua marca criar conteúdo para chamar de seu. Existe um motivo para não existir o podcast da Apple. E se um conteúdo específico da marca não é a melhor solução, existem inúmeros programas que já estão com a base de ouvintes fidelizada prontos para receberem o seu nome no espaço de patrocinador. A vantagem é que o podcast é extremamente nichado, então você pode entrar em contato com públicos extremamente específicos e relevantes para a sua marca. Porém, assim como esses podcasts demoraram para criar confiança nos ouvintes, a sua marca também vai demorar, por isso a consistência ao longo do tempo é super importante para garantir a conversão. Não importa o quão grandes sejam os números do podcast, a conversão só vem com o tempo. E o principal é manter em mente que a função de um podcast não é vender, é entreter. As pessoas escutam podcast para aprender algo, para se distrair no metrô, para lavar a louça de um jeito menos chato. Por isso, até mesmo as inserções da sua marca em programas devem ser planejadas e executadas de maneira criativa, que faça sentido com o programa e seu branding, e que principalmente: deixe o ouvinte interessado e feliz de estar ouvindo aquilo.
O podcast não é uma ferramenta para você vender para alguém. O podcast funciona para conquistar fãs, fidelizar clientes, criar confiança. Tudo isso é extremamente eficiente se planejado de maneira estratégica e criativa. Ninguém quer ouvir descrição de produtos em áudio. O podcast é uma oportunidade para criar experiências sonoras que vão te aproximar do seu cliente. Essas experiências não vão fechar o cliente por você, mas vão contribuir muito na hora da decisão final.
(*) Pedro Zimmer é um produtor de áudio que ajuda artistas, marcas, empresas e profissionais a compartilhar as suas histórias meio do som, graduado em Music Production pela Full Sail University, já atuou no mercado brasileiro e internacional, trazendo novas possibilidades para seus clientes engajarem emocionalmente com o público, trazendo mais resultado, fidelidade e lucratividade.