José Rubens Almeida (*)
2020 vai passar para a história como o ano que revelou a nossa imensa fila de limitações e da briga contra um inimigo invisível: o Coronavirus.
Estamos encerrando um ano que não deixa saudade sob nenhum ponto de vista, mas deixou algumas lições importantes, como o fato de que nenhum desenvolvimento tecnológico faz sentido se não houver vida saudável no planeta.
Foi um ano que nos mostrou a nossa pequenez e as nossas limitações e a necessidade de que os investimentos em pesquisa e inovação tecnológica privilegiem fortemente o setor de saúde, sem o qual todo o resto se torna desnecessário.
Todo o aparato tecnológico existente fez diferença, desde os respiradores para UTI, até as campainhas para agilizar o atendimento das pessoas doentes, passando por máscaras respiratórias, desinfetantes de alto impacto na limpeza, álcool gel e outras proteções adicionais.
Foi um ano em que sentimos orgulho, de certa forma, de poder contribuir com campainhas sem fio para agilizar o atendimento em hospitais e clínicas de repouso, onde a utilização dos equipamentos sem fio tornou-se ainda mais importante na medida em que evitam a exposição de mais elementos de possível contaminação como os fios. Até isso, no frigir dos ovos fez diferença.
A conclusão é que na área da saúde, mais do que em qualquer outra, o investimento em desenvolvimento de tecnologia, é fundamental. De acordo com a Investe SP, o Brasil gastou quase 10% do seu PIB em saúde e conquistou uma posição de destaque entre os países em desenvolvimento nos últimos anos. Esse reconhecimento está refletido no levantamento da Global Health Intelligence de 2017, que indica o País como um dos mercados de saúde mais importantes e vitais da América Latina.
E o segmento de equipamentos e dispositivos médicos é uma das principais áreas de crescimento que, segundo a GlobalData, terá uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 7,5%. Esta indústria é um importante pilar da economia nacional e paulista. O Estado de São Paulo concentra mais de 59% das indústrias de equipamentos e materiais, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (ABIMO).
São cerca de 405 empresas no território paulista, a maior parte representada por fabricantes de materiais para medicina e odontologia. estado paulista também concentra 9,6 mil funcionários altamente capacitados, o correspondente a 61% do total do setor no Brasil, de acordo com dados do RAIS, Ministério do Trabalho e Emprego de 2016. As indústrias dos municípios paulistas respondem por 46% do Valor da Transformação Industrial (VTI) do setor.
Além da concentração de empresas e de mão de obra qualificada, o Estado conta com cinco Parques Tecnológicos especializados em Ciências da Vida e Cuidados com a Saúde, localizados em Ribeirão Preto, São José dos Campos, São Carlos, Botucatu e Campinas. Mais do que em qualquer outro período da história recente, investimentos em desenvolvimento tecnológico para a área da indústria serão mais do que necessários, serão imprescindíveis.
(*) – Graduado em ciências da computação, é diretor da AGM Automação, que produz toda a linha de equipamentos Psiu sem fio (www.psiusemfio.com.br).