Mauro Inagaki (*)
As mudanças provocadas pelo novo sistema do Banco Central apontam para a necessidade de se discutir como as instituições financeiras deverão se adaptar à novidade
Entre os objetivos ligados ao avanço tecnológico e seu impacto sobre o cenário empresarial, atender às demandas do público consumidor é uma finalidade praticamente unânime. Nesse sentido, o mercado financeiro não poderia ficar de fora do compromisso de sempre proporcionar o que há de mais vantajoso em termos de comodidade e segurança. O surgimento do PIX é um exemplo claro de que os tempos mudaram e tão importante quanto entender o impacto por trás dessa novidade, é buscar artifícios capazes de corresponder à proposta do sistema.
Afinal, como o pagamento instantâneo funciona? Quais são seus principais benefícios? Idealizado pelo Banco Central, o PIX representa uma modalidade de pagamento eletrônico flexível, podendo ser realizado de qualquer smartphone. Além disso, também demonstra atrativos de redução de custos em transações imediatas, sem obstáculos limitantes como horários de disponibilidade e datas específicas.
São por esses e outros motivos que a chegada desse método inovador requer uma análise estratégica por parte das empresas financeiras. Historicamente, o brasileiro tem o hábito de realizar seus pagamentos em dinheiro vivo. No entanto, essa realidade tende a mudar com a presença cada vez mais contundente de soluções digitais no campo financeiro.
Exigindo um número reduzido de dados em suas operações, o PIX é uma ferramenta que oferece diversas alternativas ao usuário, com operações voltadas ao uso do QR Code e à concessão de informações usuais, a exemplo do CPF e o número de celular. O sistema de pagamento online proposto pelo BC visa desburocratizar e democratizar o modelo nacional de pagamentos e transações, facilitando a vida de uma população preparada para abraçar a onda tecnológica em sua totalidade.
Características como agilidade, segurança e autonomia são elementos que justificam uma abordagem otimista sobre a implementação do pagamento instantâneo no país.
Se sob a perspectiva dos usuários, o PIX é uma grande oportunidade para assimilar a tecnologia com serviços financeiros e conquistar muito mais facilidade no dia a dia, as instituições inseridas nesse segmento não ficam isentas do debate.
Seguindo uma regra de obrigatoriedade de participação no PIX, em que organizações com mais de 500 mil contas transacionais ativas para clientes terão de absorver o novo sistema, torna-se fundamental a estruturação de um ambiente digital que garanta a execução do pagamento instantâneo.
Empresas financeiras e fintechs deverão disponibilizar em seus aplicativos uma opção do PIX que possibilitará a utilização dos serviços no próprio sistema consolidado. A modalidade também se estende a outros canais de atendimento, como caixa eletrônico e internet banking. Não há como negar que o investimento em inovação deve pavimentar um caminho de sucesso e um retorno positivo para as receitas dos que optarem pela presença tecnológica.
O PIX irá revolucionar o mercado financeiro, isso é fato. Mudanças de hábitos, novas práticas bancárias, readequações de processos a fim de garantir a eficácia do sistema, são exemplos decorrentes dessa movimentação extremamente bem-vinda. Os ganhos são variados, desde a redução de custos e o aumento da competitividade no meio à criação de experiências únicas para os clientes.
Sua organização está preparada para aderir ao pagamento instantâneo? Faça essa reflexão e participe do debate!
(*) – É Founder e CEO na b2finance (http://b2finance.com).