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A importância de diversificar as práticas esportivas nas escolas

em Artigos
quinta-feira, 18 de abril de 2024

Kelly Soares Rosa (*)

Os impactos positivos das diversas práticas esportivas são inegáveis, especialmente quando se considera o contexto das instituições educacionais. Segundo uma pesquisa conduzida pelo Itaú Social, em parceria com a Universidade de Cambridge, a inclusão adequada de atividades esportivas no currículo escolar desempenha um papel crucial no desenvolvimento integral de crianças e jovens.

Este aspecto pode ser ainda mais intensificado com a introdução de novos esportes nas escolas, oferecendo uma oportunidade adicional para diversificar as opções esportivas nesses ambientes. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, múltiplas práticas esportivas com pouca visibilidade no Brasil ganham destaque, proporcionando uma oportunidade valiosa para que colégios diversifiquem suas abordagens educacionais, incentivando crianças e jovens a se envolverem cada vez mais nesse amplo universo esportivo.

Antes de tudo, é importante destacar que os benefícios das atividades esportivas são inúmeros. Além de fortalecer o desenvolvimento físico, contribuindo para a saúde cardiovascular, muscular e óssea, as práticas esportivas também melhoram a coordenação motora e promovem o bem-estar geral, estimulando habilidades socioemocionais como trabalho em equipe e resolução de conflitos, promovendo um senso de pertencimento e colaboração entre os jovens.

Neste sentido, durante as aulas de Educação Física, é possível fortalecer essas relações ao criar um ambiente cooperativo, tanto para atividades em grupo quanto individuais. Isso se dá ao promover a inclusão de todos os estudantes independentemente de suas habilidades, e ao fomentar a comunicação e o apoio mútuo entre eles, oferecendo novas oportunidades para a prática esportiva.

Dar espaço a novas práticas esportivas abre margem a diversos benefícios tangíveis. A exposição a diferentes experiências motoras durante a realização de atividades esportivas estimula diversas áreas do cérebro, desenvolvendo habilidades físicas e cognitivas. A resolução de problemas, o tempo de reação e a busca por soluções criativas durante estas práticas desencadeiam processos cognitivos complexos, preparando os estudantes para enfrentar desafios intelectuais com mais eficiência e confiança.

Priorizar apenas esportes tradicionais, como handebol, vôlei, basquete e futsal, ainda faz com que muitos estudantes não se sintam confortáveis com jogos coletivos, o que pode ser acarretado por questões psicológicas ou de convivência.

Portanto, os esportes individuais oferecem uma alternativa segura para aprender e desenvolver habilidades específicas, permitindo que os jovens encontrem uma atividade que se adapte melhor aos seus interesses, aptidões e preferências, aumentando a chances de se engajarem em atividades físicas de forma regular e significativa.

A novidade e a oportunidade de explorar territórios desconhecidos também podem servir como uma fonte poderosa de motivação, estimulando os estudantes a se aventurarem em novas práticas físicas. Essas situações desafiadoras não apenas incentivam o crescimento pessoal e a superação de limites individuais, mas também contribuem para o desenvolvimento de uma mentalidade resiliente e adaptável.

Para impulsionar a implementação de novas práticas esportivas nas escolas, no entanto, é fundamental investir em capacitação de professores. Uma importante ação a esse trabalho passa também por promover a oferta de atividades extracurriculares relacionadas a essas práticas, organizando eventos inclusivos ao longo do ano letivo, o que pode ser uma estratégia eficaz para ampliar o leque de opções esportivas disponíveis para os estudantes.

Em resumo, é essencial que cada instituição promova a diversidade esportiva e incentive o desenvolvimento integral dos estudantes por meio de uma variedade de novos esportes. Com esse estímulo, é possível proporcionar uma experiência enriquecedora e significativa, contribuindo para uma trajetória de aprendizagem mais eficaz e saudável, não apenas do ponto de vista físico, mas também socioemocional.

(*) – É Coordenadora de Educação Física da unidade do Rio de Janeiro da Rede de Colégios Santa Marcelina.