Um levantamento da KPMG apontou as principais tendências e os desafios para o setor de consumo e varejo no atual cenário de pandemia da Covid-19, que fez com que medidas de isolamento social fossem adotadas, levando ao fechamento da maior parte das lojas do comércio tradicional, a priorização de artigos essenciais por parte dos consumidores e uma migração massiva ao varejo online como resposta a esta nova realidade. O documento traz ainda considerações sobre o padrão de retomada para as empresas destes segmentos.
Para o sócio-líder do setor consumo e varejo da KPMG no Brasil, Fernando Gambôa, passaremos a viver um novo normal, onde o setor todo precisa se reinventar. “Nesta nova realidade teremos novos hábitos de consumo, o varejo seguro será a regra e as empresas estarão muito mais digitalizadas, com adoção intensa de tecnologia para viabilizar novos modelos e oferecer experiências diferenciadas para os consumidores”, analisa. Alguns dos principais desafios enfrentados por empresas de consumo e varejo em virtude pandemia são:
- Varejo online: com as medidas de restrição e visando um varejo mais seguro, o canal precisa ajustar a logística frente ao aumento de volume. O funcionamento online traz uma maior vulnerabilidade, por isso as empresas precisam se preparar para ataques cibernéticos;
- Comércio Tradicional: o fechamento de lojas trouxe perda de contato com os clientes, queda nas vendas e de fluxo. Por isso, deve-se adaptar à nova realidade, redefinindo o papel das lojas e viabilizando a estratégia BOPIS (compre online e retire na loja), além de refazer o caixa por meio de medidas governamentais e linhas de crédito;
- Alimentos e bebidas; produtos de higiene: desenvolver substitutos para matéria prima importada. Frente aos novos hábitos de consumo, mais conscientes e saudáveis, entender e rapidamente adequar o portfólio atual de produtos;
- Bens de consumo cíclico: ajustar planos de produção frente a cancelamentos e postergações feitas pelo setor de varejo. Ajustar a cadeia de suprimentos, desenvolvendo novos fornecedores locais, garantindo fornecimento contínuo de itens estratégicos;
- Bens de consumo não cíclico: com o foco dos consumidores voltando para os produtos essenciais, precisa mudar seu portfolio e avaliar novas categorias. Desenvolver novas estratégias de preços e promoções, para incentivar vendas. No caso dos eletrônicos, desenvolver fornecedor.
Já as principais tendências para o setor destacadas pelo estudo são as seguintes: – Praticar o conceito do varejo seguro; Adoção de ferramentas analíticas, para entender os novos hábitos de consumo; – Adoção de estratégia “Click & Collect” (fazer compras na loja online e retirar os produtos na loja física); adoção de medidas de cibersegurança; maior presença de marketplaces (espaço para compra e venda de produtos) com maior controle nos vendedores; revisão de categorias e portfólio de produtos, adequado aos novos hábitos; implementação de estratégias Direct-To-Consumer; produtos mais saudáveis e sustentáveis; maior preocupação com reputação e marca, sustentabilidade; e cadeia de suprimentos mais inteligente, integrada e responsiva (AI/KPMG).