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Telemedicina no isolamento social: até onde ela pode ir?

em Tecnologia
segunda-feira, 06 de abril de 2020

Diante do cenário atual, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu no dia 19 de março a possibilidade de serem adotadas no país, em caráter excepcional e enquanto durar o combate à pandemia de COVID-19, algumas modalidades da telemedicina. De acordo com a entidade, a autorização tem por objetivo proteger tanto a saúde dos médicos como a dos pacientes. Além disso, na terça-feira (31), o Senado aprovou projeto de lei que permite a prática de consultas médicas virtuais em caráter emergencial durante este período.
A telemedicina é o exercício do ofício por meio da utilização de metodologias interativas de comunicação audiovisual e de dados com o objetivo de assistência, educação e pesquisa na área da saúde. De acordo com o documento, a prática poderá ser exercida em três moldes: teleorientação, que permite que os médicos realizem à distância a orientação e o encaminhamento de pacientes em isolamento; telemonitoramento, que possibilita que, sob supervisão ou orientação médica, sejam monitorados a distância parâmetros de saúde e/ou doença; e teleinterconsulta, que permite a troca de informações e opiniões exclusivamente entre médicos, para auxílio diagnóstico ou terapêutico.
Segundo a dermatologista Luciana Garbelini, a telemedicina é uma ferramenta de grande utilidade para situações como a que vivemos hoje. “O isolamento social requerido nos obriga a pensar em novas alternativas para o exercício da medicina. Assim, a telemedicina, apesar da sua complexidade, torna-se útil em alguns casos”.

Telemedicina e a dermatologia
Na dermatologia, alguns estudos internacionais – realizados em locais em que a telemedicina já é rotina – apontaram que os eczemas e as lesões foliculares foram bem diagnosticados, enquanto em outros, foram observados que os diagnósticos mais acurados eram os casos de verrugas virais, herpes zoster, acne vulgar, dermatite irritante, vitiligo e infecções bacterianas e fúngicas. Atualmente, as lesões pigmentadas suspeitas de melanomas são um dos casos mais referidos para o uso da tecnologia.
De acordo com a dermatologista, a telemedicina agregará neste momento, mas é importante muito critério no seu uso. Ela nunca substituirá a consulta presencial do profissional da saúde. Apenas somará em momentos específicos, otimizando o tempo tanto do paciente como do médico. “Além de casos atípicos como este em que estamos vivendo, acredito que, no futuro próximo, a tecnologia na área da saúde será uma ferramenta útil para fazer triagem, levando o indivíduo diretamente ao especialista apropriado para sua doença, com intermédio de outro médico não especialista”.