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Quais hábitos abandonar em 2020 para ser um líder de sucesso?

em Especial
quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Luciana Carreteiro (*)

O ano de 2020 começou e com ele vem novas metas, incluindo a vontade de crescer profissionalmente.

O início do ano nos enche de esperança e motivação para mudarmos e assim conquistarmos novos resultados. E nada como aproveitar esse impulso para iniciar as ações! Quando falamos em liderança, entendo que o verdadeiro desafio do líder atual não é o que começar a fazer, mas o que deixar de fazer para melhorar. É necessário abandonar velhos hábitos que nos atrapalham para atingir novos patamares.

E para iniciar essa jornada é importante manter a tranquilidade e ter em mente que todos os líderes de sucesso cometem erros em sua gestão. Lembre-se que toda mudança requer coragem em encarar o novo, humildade em aceitar a visão dos outros e disciplina para perseverar. Abaixo algumas dicas de hábitos para deixarmos junto com o ano que passou:

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1) Querer ganhar demais – Presenciei uma conversa durante uma reunião de equipe em que meu chefe desafiava uma colega sobre o funcionamento de uma reunião do processo de inovação que ela liderava com o time global. Ele não acreditou no que ela estava explicando por que para ele não havia lógica, e a fez ligar para o global, que esclareceu as dúvidas e repetiu exatamente o que a colega estava dizendo. Esse caso é um exemplo típico de querer ganhar demais.

Quando o líder acha que desafiar demais é algo positivo, acaba rompendo aos poucos o relacionamento de confiança com os membros de sua equipe. Uma dica interessante é se atentar ao tema da diversidade das gerações. É importante entender o que cada pessoa espera e almeja. As diferenças culturais e geracionais dentro do time nos mostram a importância de ter uma gestão mais integrada.

2) Querer participar demais – Tipicamente, o líder acha que está apenas dando sua opinião. Ele se sente feliz em participar, opinando em tudo, e se sente seguro, pois há alguns anos já exerceu aquelas funções. Porém, a equipe recebe a opinião do líder como lei, não consegue discordar, apresentando a sua opinião pessoal, por isso é necessário ter cuidado para não participar demais e não desestabilizar a equipe.

Eu mesma já passei por isso em alguns momentos da minha carreira. Certa vez estava liderando uma reunião com todo o time de inovação (cerca de 12 pessoas) em que discutíamos os resultados da pesquisa sobre a arte de embalagem. Digamos que a “A” havia ganhado e estávamos já abordando os próximos passos.

Meu diretor entra na sala, me fala para eu o procurar depois daquela reunião, olha para a tela e diz: “eu votei ‘B’, pena que a ‘A’ ganhou”, e saiu da sala. Assim que ele saiu todos viraram para mim, a owner da reunião, e disseram “e agora? O que vamos fazer? Mudamos para a ‘B’ ou não?”. Eu expliquei que iríamos continuar com a “A”, que já havia apresentado e que ele estava apenas brincando. Naquele momento, a equipe ficou insegura.

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3) Começar as frases com “não” ou usar demais as expressões “mas” ou “talvez” – O “não” te afasta do seu ouvinte e o “mas” anula o que você expos antes. Por exemplo, “você é um excelente profissional, mas não sabe controlar suas emoções”. O nosso cérebro tem a tendência de eliminar o que foi dito antes e só registrar o negativo. É muito simples mudar isso, troque o “mas” por “e”: “você é um excelente profissional e pode aprender a controlar melhor suas emoções”. Em um primeiro momento, identifique se você fala muito “mas” e “não” no início das frases. Veja a frequência dessas suas falas. Mudar esse hábito faz com que as pessoas se sintam mais acolhidas por você.

4) Falhar ao reconhecer o trabalho dos outros – Um dos aspectos mais importantes da felicidade no trabalho é o reconhecimento. Saber dizer e expressar em voz alta o seu “obrigado”. Pode ser um feedback positivo na frente do time, pode ser um discurso mais formal durante uma reunião ou pode ser apenas um “obrigado” ao realizar uma tarefa entre você e seu colaborador. Esse gesto gera um sentimento de pertencimento ao time ou empresa e dispara no colaborador a vontade de fazer mais, para ser valorizado. O pertencimento é uma das necessidades básicas do ser humano e o reconhecimento é uma ferramenta valiosa.

5) Julgar demais – Julgar é quase que um piloto automático do nosso cérebro. Estamos constantemente avaliando as condições, para onde olhamos, onde pisamos, o que enxergamos, o que ouvimos e assim somos capazes de julgar ou não. Conseguimos controlar aqui nossos pensamentos desafiando o que achamos que entendemos da situação. Uma pergunta que costumo me fazer é “será que tem mais alguma informação que não sei?”. Confesso que já quebrei a cara algumas vezes nesse sentido pois não tinha todas as informações para poder emitir uma opinião.

Esse hábito pode nos fazer transmitir informações erradas em uma reunião, ao achar que estamos 100% certos quando ainda não temos todos os dados. Para mudar isso é simples, pense que você não possui todas as informações e busque contextualizar suas respostas. E lembre-se de controlar a fala, é necessário organizar seus pensamentos antes.

6) Evite ter favoritos – Quem não quer ser o queridinho do chefe, apadrinhado pelo diretor ou CEO da empresa? Aqui estamos falando de demonstrar excessivamente suas preferências como almoçar demais com algum membro do time, reconhecer mais um membro, dar os melhores projetos para o mesmo colaborador. Essas desigualdades geram um descontentamento e desmotivação no time, além de um mal-estar entre os colaboradores. Busque ter um tratamento similar com todos os membros da sua equipe e não demonstrar que tem favoritos e lembre-se que é de sua responsabilidade fazer cada colaborador se sentir parte do time.

7) Atirar no mensageiro – Essa aqui é clássica. Da mesma forma que não queremos falar quando estamos nervosos, não se deve atirar na pessoa que tem a coragem de nos trazer uma má notícia. Quem nunca fez isso, não é? Elimine esse hábito que acaba afastando as pessoas, elas podem ficar receosas de apresentar más notícias ou até de lhe darem sua opinião sobre algum assunto por medo de sua reação.

(*) – É coach executiva especialista em desenvolvimento de alta performance para liderança e fundadora da Kyma Coaching, empresa que apoia executivos e empresas a potencializarem suas competências (http://kymacoaching.com.br/).