Presidente Temer foi indiciado por corrupção pela Polícia Federal. Foto: ANSA |
O relatório final da Polícia Federal no inquérito sobre o “Decreto dos Portos”, divulgado ontem (17), indicou que o presidente Michel Temer teria recebido R$ 5,9 milhões em propinas do setor portuário. Segundo o texto, assinado pelo delegado Cleyber Malta Lopes, os pagamentos teriam sido efetuados entre 2000 e 2014, pela Rodrimar, pela holding J&F e pelo grupo Libra. Os valores teriam sido pagos através de doações e em dinheiro vivo.
O relatório policial ainda indicou que o coronel João Baptista Lima Filho, amigo de longa data de Temer, seria o intermediário do emedebista no esquema há pelo menos 20 anos. Ainda de acordo com o texto, uma empresa de fachada do coronel teria recebido R$ 2,4 milhões da Rodrimar.
Aberta em 2017, a investigação do caso durou 13 meses. As autoridades enviaram na última terça (16) o relatório para o Supremo Tribunal Federal (STF). A PF indiciou Temer e outras 10 pessoas, incluindo sua filha Maristela, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O inquérito apurava se o setor portuário pagou propina em troca de uma edição no decreto presidencial. A PF também investigou a reforma na cada de Maristela, entre 2013 e 2015. As autoridades desconfiam que pelo menos R$ 1 milhão teriam vindo do setor portuário. O caso foi encaminhado pelo ministro Luís Roberto Barroso para a Procuradoria Geral da República (PGR), que tem um prazo de até 15 dias para se pronunciar a favor ou contra a denúncia (ANSA).