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Destino Floripa, um banho de turismo

em Turismo
quarta-feira, 03 de julho de 2024

Conhecer SC é espécie de parada obrigatória no sul.

“Moro onde você passa férias!” A frase, dos ilhéus que amam a capital de Santa Catarina, traduz o encanto e acolhimento de Florianópolis, um dos belos lugares pra se conhecer, nas férias, pelo Brasil. No dia 1º deste mês, a associação Destino Floripa promoveu lançamento de campanha com agências de turismo na cidade de São Paulo. Para quem ainda não conhece, vale a pena considerar um breve tour pela ilha que caracteriza a Bela & Santa Catarina, com lindas praias e roteiro gastronômico de qualidade. Para além de Florianópolis, encontram-se águas termais e até neve dirigindo-se para a Serra.

Ribeirão da Ilha

O antigo Convention Bureau mudou de nome e agora se chama Destino Floripa & Região. E a nova associação, entidade empresarial sem fins lucrativos, escolheu a cidade de São Paulo (geradora de 10% do PIB nacional) para lançar a campanha promocional para se conhecer a Região Metropolitana de Florianópolis (de nove municípios), com destaque para a ilha, naturalmente. Nós, do jornal, estivemos no evento, a convite, e pudemos observar de perto o esforço de se promover o turismo daquele estado.

O foco é o norte da ilha, onde se encontram os resorts, baladas, casas cinematográficas e sinais visíveis de riqueza. Jurerê Internacional está entre as 20 mais belas praias do mundo, destacam as apresentadoras do Destino Floripa, que não vive só de praias e frutos do mar. Há disposição e estrutura para eventos, o ano todo. Existem 12 roteiros gastronômicos, na capital nacional da ostra, incluindo cozinha internacional e a crescente alternativa vegana.

Ilha do Campeche

Visita à Praia do Forte e passeios de escuna pirata são recomendados, assim como o por do sol em Santo Antonio de Lisboa, um dos primeiros bairros para quem se dirige ao norte da ilha. A menos de 40 km da capital tem Santo Amaro da Imperatriz, com belezas naturais e convidativas águas termais. Pra quem pretende esticar um pouco mais, ao sul do estado existe Garopaba (77 km de Floripa, com o surfland, clube que projeta ondas artificiais pra turista tirar fotos e mostrar aos amigos, fingindo ser tão bom quanto Gabriel Medina) e Praia Grande (a 350 Km, já perto da Serra do Faxinal, divisa com o RS, com balonismo). Além da tradicional Costão do Santinho, conhecido resort, tem a dos Ingleses, sua vizinha no norte da ilha. No total são mais de 40 praias na “ilha da magia”, como é popularmente conhecida.

Lado raiz
O norte de Florianópolis é sempre o mais badalado e, por isso, conhecido do público exterior. A ilha é grande, com seus 675 km2 e 55 km de extensão. No passado dizia-se que Floripa tinha “a parte rica e a parte pobre” mas hoje está cada vez mais difícil se fazer a afirmação. A cidade, nos últimos 20 anos, saltou de 100 mil para 508 mil habitantes (IBGE) e a especulação imobiliária corre solta.

Praia de Naufragados

É no sul da ilha que estão as praias do Morro das Pedras (abrigando um convento jesuíta de mesmo nome), Armação e Pântano do Sul, entre outras. A primeira, com trechos próprios para surfistas, e banhos também (a exemplo da Joaquina); a segunda, charmosíssima (com ruas fechadas todo carnaval e réveillon); e a terceira cheia de pequenos barcos e área para banho, remetendo a um cartão postal. É nesta última que fica o bar do Arante, tradicional restaurante (com peixes muito saborosos), no qual os visitantes podem fixar frases e recados pelas paredes.

Ainda no sul da ilha tem a praia de Naufragados (pra quem gosta de morro, digo, trilha-raiz) e o famoso e extraordinário bairro Ribeirão da Ilha. Com casas semelhantes às do centro de Paraty (RJ) e São Sebastião (SP), de arquitetura marcadamente portuguesa, é um lugar pra se conhecer. Naquele mar existem muitas fazendas de ostras e bons restaurantes também. Não despreze a riqueza do patrimônio imaterial da ilha: a fala do “Manezinho”, o habitante raiz da ilha, com seu sotaque açoriano. É no sul também que fica a Lagoa do Peri, com muitos peixes, e pássaros em quantidade (araras inclusive).

Embora tenha recebido o bandeirante paulista Francisco Dias Velho em 1675, com sua família, para habitá-la, a outrora Ilha do Desterro (que passou a se chamar Florianópolis em 1894) tem o DNA português. Quem tem a sorte de se deparar com um deles (cada vez mais difícil de se encontrar, de forma espontânea) certamente terá dificuldade para entender o que diz. A fala é acelerada (emendando-se uma palavra na outra) e soltam algumas expressões típicas, que precisam de tradutor. Aqui o Empresas&Negócios te ajuda.

Morro das Pedras

Vamos a algumas delas, pois: manezês (português), levar uma mijada (ser repreendido), tomar um cagaço (diferente de medo, em SP, lá é sinônimo de susto), ixtepô (tipo “estrupício”, que atrapalha, sempre em tom de gozação), dazumbanho (objetivo alcançado), segue reto toda vida (siga sempre em frente, no fluxo), bucica (cachorro) e taix tolo? (expressão de espanto) e “se queix, queix, se não queix, dix” (isso dito rápido, e emendado, é estarrecedor para os ouvidos rs… Significa indecisão de alguém).

É ali no sul que este repórter conheceu um empresário gaúcho, de larga visão e simpatia extrema, o João do Supermercado; o paulista Ricardo, sempre sorridente, que já vendeu muita aspirina para torcedores do Avaí (o time de futebol da ilha) e o maranhense Emmanoel, que trocou o beco do Quebra Bunda, de S. Luis, pelo Campeche. Foi na praia do Campeche que, há duas décadas, o repórter acompanhou uma moça, com seus três filhos, em um ensolarado domingo de folga do trabalho, para catar resíduos espalhados pela areia e ensinar a importância da preservação aos seus miúdos. A atitude foi tão linda, mas tão linda que desta moça nunca mais quis se afastar. Entre tantos significados, para este repórter o fato relatado é o que melhor define a expressão “ilha da magia”.