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YouTube combate a desinformação na área de saúde

em Tecnologia
segunda-feira, 21 de agosto de 2023

O YouTube anunciou estar removendo conteúdo que promova tratamentos de câncer “nocivos ou ineficazes” ou que desencoraje tratamento médico. A mudança está sendo feita de acordo com novas diretrizes relativas à desinformação na área médica adotadas pela empresa.

Vivaldo José Breternitz (*)

Será removido conteúdo que promova tratamentos de eficácia não comprovada, que garantam cura ou que tenham sido considerados nocivos pelas autoridades de saúde. Como exemplos de conteúdo que seria removido, pode-se citar vídeos que façam afirmações como “mamão cura o câncer” ou que façam recomendações como “tome vitamina C ao invés de fazer radioterapia”.

O YouTube disse que quando pacientes com câncer e seus entes queridos se deparam com um diagnóstico, geralmente recorrem a espaços online para pesquisar sintomas, aprender sobre as jornadas de tratamento e encontrar uma comunidade e que a missão da empresa é garantir que, quando acessarem a plataforma, essas pessoas encontrem facilmente conteúdo de alta qualidade, vindo de fontes confiáveis.

A empresa considera que apesar de haver consenso sobre tratamentos seguros de câncer, a desinformação acerca do assunto é um sério problema de saúde pública, pois a doença é uma das principais causas de morte em todo o mundo,

Além da adoção de novas diretrizes, o YouTube diz que aumentará a fiscalização dos conteúdos que forem postados na plataforma, além de estar planejando a promoção de conteúdo confiável relacionado ao câncer, produzido por entidades renomadas, como a Mayo Clinic.

As novas diretrizes vêm depois que o YouTube, a partir de 2020, passou a combater desinformação relativa ao COVID-19 – naquela época foram removidos mais de um milhão de vídeos.

Em 2022, a empresa passou a combater desinformação relativa ao aborto; além da remoção de vídeos, o YouTube lançou um painel de informações que fornece informações de autoridades de saúde a respeito do assunto.

No início deste ano, o YouTube passou a tomar providências similares para combater desinformação relativa a transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa, e compulsão alimentar periódica.

São providências importantes, que outras plataformas, especialmente as redes sociais, devem ser instadas a tomar.

(*) Doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo, é professor da FATEC SP, consultor e diretor do Fórum Brasileiro de Internet das Coisas.